Foto: Tânia Rego/Agência Brasil
Desempenho representa uma alta de 41,5% na comparação com o saldo de novembro de 2022 01 de dezembro de 2023 | 21:15

Balança comercial brasileira tem superávit de US$ 8,8 bi em novembro, recorde para o mês

economia

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 8,776 bilhões em novembro, resultado mais alto para o mês da série histórica iniciada em 1989, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) divulgados nesta sexta-feira (1º).

O desempenho, que representa uma alta de 41,5% na comparação com o saldo de novembro de 2022, foi explicado por uma queda de 11,2% no valor das importações, a US$ 19,044 bilhões, ao passo que as exportações registraram uma alta de 0,6%, a US$ 27,820 bilhões –também recorde para o mês.

Pesquisa da Reuters com economistas apontava expectativa similar para o dado do mês, com projeção de um saldo positivo de US$ 9 bilhões. Em outubro de 2022, o país havia registrado resultado positivo de US$ 6,2 bilhões.

O valor das exportações em outubro ficou próximo à estabilidade diante de uma alta de 22,3% no valor das vendas ao exterior da agropecuária e de 3,2% da indústria extrativa, ganho que foi quase totalmente compensado pelo recuo de 7,2% nos embarques da indústria de transformação.

A variação dos fluxos comerciais no mês sofreu influência significativa da queda das cotações dos produtos vendidos. O recuo dos preços foi de 4% nas exportações e de 9% no caso das importações, em comparação com período equivalente de 2022.

O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior da pasta, Herlon Brandão, ponderou que o movimento de queda nos preços vem arrefecendo. Ele citou o minério de ferro, que estava com cotações em queda, mas recentemente passou a subir. Os dados da Secex mostraram ainda que o saldo comercial acumulado no ano até novembro foi de US$ 89,285 bilhões, 56% maior que o observado no mesmo período de 2022. O desempenho foi resultado de exportações de US$ 310,608 bilhões e importações de US$ 221,323 bilhões.

A China vem ampliando sua presença na pauta exportadora brasileira, atingindo uma participação de 31,1% dos embarques brasileiros no acumulado do ano, ante 27,4% no mesmo período do ano passado. Por outro lado, houve redução da participação de União Europeia, Estados Unidos e América do Sul.

Perto do fechamento de 2023, Brandão afirmou que o saldo da balança comercial está vindo acima do esperado e pode superar a atual projeção do governo para o ano, estimada em outubro em superávit de US$ 84,7 bilhões.

Segundo ele, as exportações estão crescendo ligeiramente acima da expectativa, enquanto as importações estão caindo um pouco mais que o esperado.

Brandão disse que as projeções para 2024 devem ser divulgadas em janeiro, ressaltando que as expectativas não devem ser melhores que as deste ano porque além de ser difícil manter taxas elevadas de crescimento por muito tempo, a safra não deve ser tão positiva quanto em 2023 e o mundo tende a registrar atividade mais fraca com o cenário de juros elevados.

Folhapress
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