26 janeiro 2025
Líder do PT na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Tiago Ferreira acredita que o voto de legenda no 13 deve cair nas eleições de outubro com a candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à Prefeitura. Para tentar evitar uma redução da bancada de esquerda, o edil defendeu que haja uma “compensação” do governo do Estado.
“Claro, respeitamos a decisão do conselho político e dos nossos principais líderes, a exemplo do governador Jerônimo Rodrigues, do senador Jaques Wagner (PT) e do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Mas pensamos que o governo do Estado poderá compensar a perda dos votos de legenda do 13 para fazer com que a chapa de vereadores não só do PT, mas da federação que formamos com o PCdoB e o PV, que atua como um único partido, seja mais competitiva. Para isso, é necessário potencializar as ações do governo junto aos mandatos dos vereadores”, disse Tiago Ferreira a este Política Livre.
No pleito de 2020, o PT, que tinha como candidata a prefeita Major Denice, somou pouco mais de 19 mil votos de legenda. O PCdoB, que lançou na ocasião a deputada estadual Olívia Santana na majoritária, obteve pouco mais de 2,1 mil, e o PV, que naquele ano era aliado do prefeito Bruno Reis (União), alcançou exatos 400.
A votação de legenda, que ocorre quando o eleitor não escolhe na urna um candidato específico e vota apenas no número do partido, é importante porque pode ajudar a sigla na disputa por cadeiras no Legislativo. Geralmente, quando o partido tem candidato a prefeito, a tendência é que ela também receba mais votos de legenda. O União Brasil de Bruno Reis, por exemplo, obteve em 2020 quase 42 mil votos.
“Certamente, se a candidatura do companheiro e deputado estadual Robinson Almeida fosse mantida, o resultado que obteríamos seria melhor do que na última eleição, quando ainda tivemos a pandemia para atrapalhar. Como a tese do 13 não foi a vencedora, aceitamos agora o nome de Geraldinho e precisamos dialogar com o governo, ser parceiros das ações do Executivo estadual na cidade, ter uma interlocução para viabilizarmos obras pontuais em bairros de Salvador, atendendo à população”, declarou Tiago Ferreira.
O vereador citou como exemplo de aproximação entre o governo do Estado e os vereadores de Salvador a nova licitação para o VLT do Subúrbio. “Fomos convidados para ir ao governador, para conhecer o projeto na Secretaria de Desenvolvimento Urbano, debatemos lá com lideranças. Desse tipo de parceria que vamos precisar mais, discutindo ações com órgãos como a Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia)”.
Tiago Ferreira admite que a federação, que hoje possui sete vereadores (quatro do PT, dois do PCdoB e um do PV), pode perder até duas cadeiras se não houver uma ação compensatória por parte do governo do Estado. Para piorar ainda mais o cenário para o grupo, o vereador do PV, André Fraga, que teria uma reeleição tranquila, é aliado de Bruno Reis.
Política Livre