23 janeiro 2025
A menina Zahraa, 10, ferida em um ataque no sul do Líbano no dia 1º de junho, foi transferida para um hospital na capital Beirute, e deverá ser submetida a uma nova cirurgia na perna. Desde o episódio, ela estava sendo tratada em uma unidade de saúde na cidade de Tiro e já tinha passado por outras duas operações, de acordo com familiares.
A mãe da menina, a brasileira Fatima Boustani, 30, que também ficou machucada no ataque, teve alta na terça-feira (11) após dez dias internada.
“A Fatima ficou muito chateada ao saber que a filha terá que ser submetida a uma outra cirurgia”, diz Jihad Azzam, tio dela, à coluna.
Segundo ele, os médicos estão tratando inicialmente a ferida na perna de Zahraa para, depois da cicatrização, realizar esse novo procedimento.
A casa da família foi atingida em um ataque aéreo em Saddikine, cidade perto da fronteira com Israel e a cerca de 100 quilômetros de Beirute.
Além de Zahraa, outro filho de Fatima de 9 anos, Ali, também estava no local durante o ocorrido. Ele chegou a ser internado, mas seus ferimentos foram menos graves. Outros dois filhos de Fatima estavam com a avó, que mora a 600 metros. O mais velho chegou a acompanhar a mãe na ambulância, após ela ser socorrida.
De acordo com o irmão de Fatima, Hussein Boustani, Zahraa ficou muito abalada com o que aconteceu. “Quando passam aviões ou há um barulho mais forte, até mesmo uma porta batendo, ela fica com muito medo”.
Em entrevista ao site UOL, a brasileira disse que precisou sair do Brasil após ter sido agredida pelo marido, Ahmad Aidibi. À coluna, a família de Fatima disse que a brasileira fez um boletim de ocorrência dizendo que ele tentou enforcá-la. Ele nega.
Na ocasião, o então casal e seus quatro filhos moravam em Marília, no interior do estado de São Paulo.
Segundo o B.O., o marido de Fatima também levou os documentos dos filhos e, dias depois, embarcou com eles para o Líbano, sem a autorização dela.
Em nota, a Secretária de Segurança Pública (SSP) disse que o caso foi arquivado por não haver a constatação de crime.
“O caso mencionado foi registrado como subtração de incapazes e investigado pela Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Marília. A equipe da unidade realizou diligências e, junto à Polícia Federal, obteve a informação que o genitor tinha a autorização da mãe para a viagem”, afirma a SSP.
Mônica Bergamo/Folhapress