Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula (PT) 26 de junho de 2024 | 18:30

Lula condena tentativa de golpe na Bolívia; veja reação entre líderes internacionais

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O presidente Lula (PT), junto de outras lideranças internacionais, condenou nesta quarta-feira (26) a tentativa de golpe de Estado na Bolívia, acrescentando esperar que a democracia prevaleça em toda a América Latina.

“A posição do Brasil é clara. Sou um amante da democracia e quero que ela prevaleça em toda a América Latina. Condenamos qualquer forma de golpe de Estado na Bolívia e reafirmamos nosso compromisso com o povo e a democracia no país irmão, presidido por Luis Arce”, escreveu o brasileiro em rede social.

Entre outros políticos que se manifestaram estão os presidentes do México, Andrés Manuel López Obrador, do Chile, Gabriel Boric, e do Paraguai, Santiago Peña, além do ex-presidente argentino Alberto Fernández e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro também divulgou nota condenando a ação dos militares bolivianos, a qual descreveu como uma “grave violação da ordem constitucional na Bolívia”, e disse estar em interlocução com as autoridades do país para reafirmar compromisso com a democracia.

Lula tem uma viagem prevista para a Bolívia, para a cidade de Santa Cruz de La Sierra. Ele iria se encontraria com Arce em território boliviano, após participar da reunião de chefes de Estado do Mercosul, no dia 8 de julho. Segundo interlocutores, a viagem deve ser mantida.

Mais cedo, Lula havia dito que tinha informações precisas sobre o episódio na Bolívia, mas afirmou que “golpe nunca deu certo”.

Já no rol de líderes internacionais, o ex-presidente Fernández afirmou repudiar a tentativa de ruptura institucional, seguido por Obrador, pela presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, por Peña e pelo premiê espanhol, Pedro Sánchez

Militares das Forças Armadas da Bolívia tomaram nesta quarta-feira (26) a praça em La Paz onde fica o palácio presidencial, e soldados liderados por um general destituído do comando do Exército na terça (25) adentraram o prédio.

O presidente boliviano, Luis Arce, ordenou que o general Juan José Zúñiga desmobilizasse as tropas imediatamente e em seguida demitiu os três chefes das Forças Armadas e nomeou seus substitutos. O novo comandante do Exército repetiu a ordem para que as tropas se retirassem.

Depois de horas de tensão, os soldados obedeceram e deixaram a Praça Murillo, sede da Presidência da Bolívia. De acordo com a agência de notícias Reuters, policiais comuns já tem o controle da região.

Lula conversou na tarde desta quarta com a presidente de Honduras, Xiomara Castro, que ocupa a presidência pro tempore da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos).

A hondurenha pediu apoio do petista para a convocação de uma reunião virtual de chefes de Estado da região sobre a intentona golpista na Bolívia. Lula concordou e garantiu que ao menos o chanceler Mauro Vieira participará —o petista tem viagem prevista.

Auxiliares avaliam que uma condenação do fórum regional pode desencorajar eventuais setores golpistas em outros países latino-americanos. A Celac, porém, é um órgão fraturado e tem tido sua atuação questionada por diferentes governos. Uma recente reunião da Celac sobre a crise diplomática entre México e Equador terminou esvaziada e sofreu um boicote de Argentina, Costa Rica, Uruguai, Paraguai e Peru.

O embaixador da Bolívia no Brasil, Horacio Villegas, disse que a mobilização da comunidade internacional foi importante para o fracasso da tentativa de golpe. “A reação da comunidade internacional foi muito contundente e rápida por parte de praticamente todos os presidentes da América Latina. Inclusive do governo de Irã, da China, dos governos europeus, então isso também enfraqueceu o movimento golpista”, disse à reportagem.

Renato Machado/Ricardo Della Coletta/Julia Chaib/Folhapress
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