Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/Arquivo
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) 26 de julho de 2024 | 17:55

PGR denuncia deputado Nikolas Ferreira por chamar Lula de ladrão

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A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou nesta sexta-feira, 26, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sob a acusação de ter chamado o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ladrão. A ofensa foi proferida em um discurso realizado pelo parlamentar em novembro de 2023 durante a Cúpula Transatlântica, evento da Organização das Nações Unidas (ONU) nos Estados Unidos.

Na ocasião, Nikolas afirmou que o petista deveria estar preso, logo depois de dizer que “o mundo seria melhor se não houvesse tanta gente prometendo melhorá-lo”. O deputado também criticou a ativista ambiental da Suécia, Greta Thunberg, e o ator Leonardo DiCaprio alegando que ambos apoiaram a candidatura de Lula.

Assinada pelo vice procurador geral Hindemburgo Chateaubriand, a denúncia diz que ocorreu um crime de injúria à honra do presidente. Nesse caso, segundo a legislação brasileira o Ministério da Justiça precisa protocolar a queixa. O inquérito foi aberto após o ministro Supremo Tribunal de Federal (STF) e relator do caso, Luiz Fux, atender à solicitação da Pasta.

“A suspeita de prática criminosa envolvendo parlamentar federal contra o chefe do Poder Executivo demanda esclarecimentos quanto à eventual tipicidade, materialidade e autoria dos fatos imputados”, escreveu Fux à época.

O Código Penal brasileiro estabelece que a pena para crimes contra a honra do presidente da República ou contra pessoas com mais de 60 anos seja aumentada em terço. Na denúncia enviada pela PGR a Fux, é solicitado o cumprimento desse estatuto com o agravante de o ocorrido ter sido divulgado nas redes sociais.

A PGR propõe que seja realizada uma audiência preliminar e uma transação penal, que é uma espécie de acordo feito para o arquivamento do processo.

Procurado por intermédio de sua assessoria, o deputado Nikolas Ferreira não se manifestou. O espaço segue aberto.

Jean Araújo/Estadão
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