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28 de agosto de 2024 | 16:12

Radar do Poder: O rejeição dos candidatos a vereadora a Geraldo Jr., o fortalecimento de Elmar Nascimento, a aposta de Leo Prates e os planos de Zé Cocá

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Marasmo de Geraldinho

O marasmo da campanha de rua do candidato do MDB à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, incomoda os aliados. O emedebista só participou, por exemplo, de três eventos de vereadores dos partidos da coligação, enquanto o prefeito Bruno Reis (União), que tenta a reeleição, já esteve em 34. Mas Geraldo Júnior não é o único culpado, visto que há concorrentes à Câmara Municipal do grupo do governador Jerônimo Rodrigues (PT) acreditando que o emedebista tira votos e, por este motivo, querem ficar a boa distância dele.

Tamanho dos “exércitos”

Entre os poucos candidatos proporcionais que convidaram Geraldo Júnior até aqui para um lançamento de campanha está a vereadora Marta Rodrigues (PT), que tenta renovar o mandato. Ela é irmã de Jerônimo. Já Bruno Reis tem participado diariamente de atos organizados pelo seu “exército”, inclusive de novatos nas eleições. Na semana passada, teve um dia que foi a nove eventos do tipo.

Agenda de rua

Quando a agenda é visita a bairros de Salvador, Bruno Reis leva uma pequena vantagem em relação a Geraldo Júnior. Desde o dia 16 de agosto, quando começou oficialmente a campanha, o prefeito já esteve em nove localidades. O vice-governador, por sua vez, participou de atos de rua em sete. Segundo pessoas próximas ao emedebista, a estratégia é focar na campanha de TV, que começa nesta sexta (30).

Ajuda de custo

A coluna descobriu, junto a fontes próximas do Palácio de Ondina, que Geraldo Júnior será contemplado com R$ 2 milhões do fundo eleitoral, recursos que deve ser encaminhado nos próximos dias pelo diretório nacional do MDB. O valor é bem inferior ao que a direção do União Brasil já encaminhou a Bruno Reis: R$ 10 milhões. O MDB também vai ajudar os postulantes do partido em Vitória da Conquista, a vereadora Lúcia Rocha, e em Juazeiro, o empresário Andrei da Caixa. Ambos devem receber R$ 500 mil.

Prioridades petistas

Levando em conta apenas os dez maiores colégios eleitorais da Bahia, os primeiros candidatos a prefeito do PT que receberam recursos do fundo eleitoral por parte da direção nacional legenda foram Zé Neto (Feira de Santana) e Tito (Barreiras). O primeiro já arrecadou pouco mais de R$ 1,3 milhão, enquanto o segundo foi contemplado até aqui com quase R$ 260 mil. Isso demonstra o quanto vencer em Feira, maior município do interior baiano, é uma prioridade absoluta para a cúpula petista.

Saldo devedor

Em Vitória da Conquista, segundo maior município do interior do Estado, não pingou ainda recursos do fundo eleitoral para o candidato petista, o deputado federal Waldenor Pereira. O parlamentar, por sinal, fez a primeira doação à campanha, no valor de R$ 10 mil, mas já acumula gastos de campanha de quase R$ 900 mil. Em Camaçari e Ilhéus, os postulantes do PT, Luiz Caetano e Adélia Pinheiro, respectivamente, contribuíram do próprio bolso, o primeiro, com R$20 mil, e ela, com R$ 5 mil.

Tombo no líder

Ou o ex-vereador de Salvador Gilberto José tem um irmão gêmeo e ninguém sabia ou anda, como diz o ditado, vendendo gato por lebre. Num intervalo de cinco dias, ele apareceu em fotografias declarando apoio a dois candidatos diferentes ao Legislativo municipal e que concorrem à reeleição. Primeiro, com Kiki Bispo (União). Depois, com Alexandre Aleluia (PL). Será que Aleluia, que tem agido com agressividade na busca pelo apoio de lideranças, deu um “tombo” no líder de Bruno Reis?

Síndico queimado

O vereador de Salvador Sabá (DC) pode ter dado um tiro no pé ao fazer uma parceria política com o síndico de um condomínio com 800 apartamentos na Estrada Velha do Aeroporto. O cabo eleitoral pode perder o cargo a qualquer momento por decisão judicial, em ação movida por moradores. O síndico enfrenta acusações de irregularidades na prestação de contas e vive tentando aumentar a taxa condominial, mas sem sucesso. A mais nova dele é limitar a fala dos moradores na próxima assembleia.

Aposta de Leo

Correligionários de Bruno Reis detectaram o crescimento do candidato a vereador Zilton Netto (PDT), que tem como padrinho político o deputado federal Leo Prates (PDT). Antes visto com poucas chances, até por disputar a primeira eleição, Zilton, que foi coordenador da Codecon, passou a figurar na lista dos três que devem ser eleitos no ninho pedetista. “Leo, que quer ser prefeito e teve quase 90 mil votos em Salvador, não iria dar um tiro no escuro”, disse uma importante fonte do Paço municipal.

Matando a saudade

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL) confirmou a realização, no feriado de 7 de setembro, de mais um ato “patriótico” que promete unir a direita de Salvador. O evento, marcado para começar às 9h, no Farol da Barra, deve juntar uma turma conservadora que não se “bica”, sobretudo em ano eleitoral. Candidatos do PL à Câmara Municipal confirmaram presença, a exemplo de Alexandre Aleluia, que tenta a reeleição, e o ex-vereador Cézar Leite, querido por poucos na sigla bolsonarista.

Elmar fortalecido

O deputado Elmar Nascimento (União) acredita que pode receber ainda essa semana apoio formal do presidente da Câmara , Arthur Lira (PP-AL), na disputa pelo comando da Casa, na eleição que acontece em fevereiro de 2025. Segundo aliados do parlamentar na Bahia, a posição do presidente Lula (PT) na reunião com líderes, na segunda (26), favoreceu Elmar, enfraquecendo o outro baiano na disputa, Antônio Brito. Na ocasião, Lula disse que não vai interferir no processo.

Gesto de lealdade

Titular da Secretaria Municipal de Promoção Social de Salvador, Júnior Magalhães chegou a colocar o cargo à disposição quando informou a Bruno Reis e ao antecessor ACM Neto (União) que a mãe, Tonha Magalhães (Avante), iria compor a chapa da candidata do PT em Candeias, Marivalda da Silva. O gesto de lealdade de Júnior pesou a favor dele e a demissão sequer foi cogitada. O entendimento de Bruno é que quem aproximou Tonha do PT foi o atual prefeito de Candeias, Pitágoras Ibiapina (PP).

Planos adiados

O prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), assegurou a aliados próximos que, se reeleito em outubro, vai concluir inteiramente o segundo mandato. Com isso, descarta ser candidato a deputado estadual ou federal em 2026. Existe a especulação de que Cocá almeja uma cadeira na Câmara Federal, mas os planos podem ser adiados para 2030. Por isso, ele escolheu como companheiro de chapa o sobrinho Flávio Santana (União), visando prepará-lo como sucessor natural.

Viabilidade eleitoral

Líder do governo estadual na Assembleia, o deputado Rosemberg Pinto (PT) acredita que Jerônimo vai anunciar em breve o apoio à candidatura de Adélia Pinheiro em Ilhéus, mesmo contrariando o prefeito Mário Alexandre (PSD), que é da base, mas lançou como sucessor Bento Lima (PSD). Segundo Rosemberg, o governador vai esperar até o próximo dia 31 por uma pesquisa que aponte a viabilidade eleitoral de Bento. Caso isso não fique demonstrado, fará a declaração pública em favor de Adélia.

Prefeito caloteiro

O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e outros órgãos de controle estão recebendo inúmeras denúncias contra um prefeito baiano acusado de não pagar a ninguém e que gosta de viver, como se diz no interior, entre Rios. O cidadão está repleto de dívidas, inclusive com um conhecido empreiteiro baiano que realizou obras no município do gestor. A suspeita é que o tal prefeito busca extrair dividendos eleitorais de obras que não são pagas.

Pitaco

* O PSD decidiu destinar R$100 mil de fundo eleitoral para os vereadores que são candidatos à reeleição em Salvador. Os que são postulantes e não têm mandato vão receber entre R$ 20 mil e R$ 50 mil, a depender do potencial.

* Candidato a vereador pela Rede, Humberto Neto, ex-chefe de Gabinete da Conder, decidiu adotar o roxo na campanha. O problema é que a cor também é a mesma utilizada pela vereadora Roberta Caires (PDT), o que tem confundido lideranças.

* “Quando chega a turma das bandeiras de roxo, a gente primeiro pergunta se é do homem ou da mulher, porque a gente nunca sabe. Isso tem confundido os apoiadores dos dois”, contou um líder comunitário ligado a Humberto.

* Presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça ironizou a ação movida por Henrique Carballal, que é pedetista, embora aliado de Jerônimo, contra o comandante do PV baiano, Ivanilson Gomes, acusado de cometer difamação (clique aqui para entender).

* “Se depender da campanha de Geraldo Júnior, não vai ter bate-chapa em Salvador, mas sim bate-cabeça”, afirmou Félix à coluna. Tanto Henrique quanto Ivanilson são coordenadores da campanha do emedebista. O “verde” acusou o pedetista de racismo.

* Em Juazeiro, o ex-prefeito Isaac Carvalho (PT) disse que o sobrinho, Celso Carvalho (PSD), candidato a prefeito, pode desistir da disputa e apoiar o empresário Andrei da Caixa (MDB) se houver um pacto baseado em quem aparece melhor nas pesquisas.

* Por falar em Juazeiro, o deputado estadual Roberto Carlos (PV) admitiu que estava disposto a apoiar a esposa de Isaac, Ellen Carvalho, se a mesma fosse viabilizada candidata no PT. “Mas essa tese não prevaleceu na federação e nem na base”, disse.

* O candidato do União Brasil à Prefeitura de Alagoinhas, Paulo Cezar, denunciou ao Ministério Público Eleitoral que foi alvo de ameaças de morte veiculadas em grupos de WhatsApp.

* O deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) apresentou um projeto de lei que torna dispensável o registro no Conselho Regional de Educação Física para o exercício da docência na Bahia

* Outro projeto que passou a tramitar na Assembleia, enviado por Jerônimo, é o que cria o Fundo Permanente para a Defesa Civil.

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