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07 de agosto de 2024 | 12:05

Radar do Poder: Os alertas a Jerônimo, a reconciliação entre Neto e Roma e os temores dos marqueteiros de Geraldinho

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Alertas ao governador

Além das três ressalvas contidas no relatório, ao aprovar a contabilidade do primeiro ano de gestão do governador Jerônimo Rodrigues (PT), nesta terça (06), o Tribunal de Contas do Estado (TCE) também fez seis alertas ao petista, aos quais a coluna teve acesso. Um deles cita a existência de “despesas inelegíveis no cálculo do Índice de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), no montante de R$113,2 milhões”. Outro aborda problemas nos registros de execução dos processos de precatórios.

Distorções e subavaliação

Os auditores do TCE alertaram, ainda, para distorções causadas pelo uso indevido do registro de Despesas de Exercícios Anteriores (DEA); assunção de obrigações diretas superiores aos créditos orçamentários em quatro secretarias; e subavaliação dos restos a pagar, no valor de R$214 milhões. O Tribunal apontou também fragilidade nos procedimentos de planejamento, monitoramento e avaliação das ações de políticas públicas.

Matando a saudade

Parte do G10, bloco informal de dez parlamentares da Assembleia, se reuniu em um almoço nesta terça-feira (06), quando os trabalhos na Casa foram de fato iniciados após o período das convenções partidárias. Colocaram o papo em dia os deputados Ângelo Coronel Filho (PSD), Raimundinho da JR (PL), Luciano Araújo (Solidariedade), Vitor Azevedo (PL), Felipe Duarte (PP) e Hassan (PP). Ausentes os deputados Niltinho (PP), Laerte do Vando (Podemos), Nelson Leal (PP) e Antonio Henrique Júnior (PP).

Adesão do PP

Por falar em Felipe Duarte, ele não acredita numa adesão integral do PP ao governo Jerônimo Rodrigues logo depois das eleições municipais, como defende a maior parte da legenda. “Eu acho difícil que haja um caminho só ainda este ano, embora seja governista. Não tenho essa perspectiva de que haja uma harmonização com o grupo de João Leão (deputado federal) e Cacá Leão (secretário de Governo da Prefeitura de Salvador), que querem seguir na oposição”, declarou o parlamentar, que deve migrar para o Avante em 2026.

Abraço e dancinha

A convenção que confirmou a candidatura à reeleição do prefeito de Cruz das Almas, Ednaldo Ribeiro (Republicanos), no sábado (03), foi marcada pela reaproximação entre ACM Neto (União) e o ex-ministro João Roma (PL). Além de dividirem o palanque, os dois se abraçaram e Neto chegou a insinuar um convite para que Roma fizesse uma dancinha ao lado dele e de Ednaldo no palco. Apoiado pelo prefeito, o deputado estadual Niltinho (PP) não foi para não se misturar aos líderes oposicionistas.

Quem avisa…

A turma do marketing que perdeu a sugestão para que o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) usasse um ponto eletrônico ao invés dos prompters (letreiros) que acabaram colocados no palco em que discursou na convenção do último domingo (04) comemorou discretamente os percalços do candidato do governo estadual à Prefeitura de Salvador durante o evento. Aos risos, alguns fizeram alusão ao ditado segundo o qual “quem avisa, amigo é”.

Sombra de Bruno

O principal temor daqueles que não queriam de jeito nenhum ver o candidato com um ponto eletrônico era de que os adversários usassem a imagem para alegar que se Geraldo não tem condição de discursar com espontaneidade num evento público sobre a cidade, apesar de anos na vida pública, não teria também capacidade para ser prefeito. O emedebista foi ao próprio evento sob a sombra do prefeito Bruno Reis (União Brasil), cuja performance na convenção do União Brasil havia sido elogiada pelos aliados.

Fugindo da polêmica

Parte dos vereadores de Salvador defendem que a Câmara não vote, durante o período eleitoral, projeto de autoria dos próprios edis. Com isso, esperam evitar polêmicas que gerem desgastes aos “representantes do povo” até o fechamento das urnas. A ideia é que sejam apreciadas apenas iniciativas de menor risco, como resoluções e indicações. Há, ainda, quem defenda que projetos polêmicos do Executivo também tenham a apreciação adiada, sobretudo na área ambiental.

Chá de sumiço

Vereadores da base de Bruno Reis se queixam da dificuldade em conseguir uma audiência com o chefe de Gabinete da Prefeitura, Francisco Elde. Um dos edis disse à coluna não acreditar que o “sumiço” se deva aos compromissos de Elde como presidente estadual do PRD, função que exerce desde fevereiro. Afinal, Igor Dominguez, outro assessor de Bruno e que preside o DC no Estado, segue recebendo normalmente os aliados do prefeito para tratar de obras demandadas pelos vereadores.

Briga de foice

A avaliação nos corredores da Câmara de Salvador é que o vereador Sidninho (PP) terá dificuldades para se reeleger. A concorrência é alta no ninho pepista, que deve ficar com até quatro vagas. É apontado como primeiro da fila o vereador Maurício Trindade, seguido do comunicador Jorge Araújo, que tenta o primeiro mandato e recebeu mais de 23 mil votos só na capital na eleição de 2022 para deputado federal. A briga de foice se dá entre os vereadores George Gordinho da Favela, Sandro Bahiense e Sidninho.

Custo André Fraga

Como mostrou o Política Livre (clique aqui para ler), dentro da Federação Brasil da Esperança em Salvador, ficou com o PV a tarefa de inscrever o maior número de candidatos a vereador (17, contra 16 do PT e 11 do PCdoB). Ou seja, coube aos “verdes”, que não têm candidaturas tão competitivas quanto os petistas, fazer a chamada “rabada” do grupo para ajudar os outros dois partidos a eleger representantes. A operação foi chamada de “custo André Fraga”, em referência ao vereador do PV, que apoia Bruno Reis (União Brasil).

Casa de apostas

Há quem aposte as fichas de que o ex-deputado e ex-vereador David Rios, que está no MDB, será o candidato mais bem votado na disputa por uma cadeira na Câmara de Salvador este ano. Em 2022, ele teve quase 50 mil votos apenas na capital na corrida malograda pela reeleição na Assembleia. Os contrários a essa tese argumentam, no entanto, que a eleição municipal é diferente, e mais: parte das lideranças que apoiavam David agora concorre contra ele no pleito.

Intervenção divina

Durante convenção do MDB em Araci, o deputado federal Ricardo Maia (MDB) afirmou, no palanque, que o grupo que lidera irá, em caso de vitória, demitir todos os nomeados pela Prefeitura e substituir os ocupantes dos cargos de confiança por aqueles presentes no evento e que apoiavam a candidatura do irmão dele, o emedebista Zelito Maia. A fala pegou tão mal que Zelito, acusado de ser um “estranho no ninho” no município, uma vez que sempre viveu em Ribeira do Pombal, se ajoelhou e pediu intervenção divina. Assista abaixo!

Drama infinito

Presidente do PV baiano, Ivanilson Gomes acredita que a definição sobre quem será o candidato da Federação Brasil da Esperança à Prefeitura de Juazeiro ficará a cargo da direção nacional. “Na estadual, vai acontecer a mesma coisa, cada partido defendendo sua posição. Então, isso será nacionalizado. Na nacional, posso adiantar que o PV vai manter a mesma posição em favor de que o candidato seja o deputado estadual Roberto Carlos, do partido”, avisou.

Pendenga do norte

Ainda sobre Juazeiro, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) revelou à coluna que conversou esta semana com o governador sobre a pendenga da base aliada no município. O emedebista afirmou que estava disposto a apoiar o candidato do PT, o ex-prefeito Isaac Carvalho, se o mesmo resolvesse as pendências na Justiça e se tornasse elegível, o que não ocorreu. Geddel declarou que é impossível para o MDB retirar do páreo o empresário Andrei Gonçalves, filiado à sigla e cuja candidatura ganha musculatura, para apoiar um competidor sub judice.

Pitacos

* Em entrevista a uma rádio esta semana, Geraldo Júnior disse que votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2018 a mando de ACM Neto. O irônico é que uma das principais críticas do emedebista a Bruno Reis é de que o prefeito só faz o que Neto manda.

* Por falar em Geraldo Júnior, o vereador Duda Sanches (União) provocou o adversário em conversa com a coluna. “Não vejo a campanha do vice-governador nas ruas da cidade. Não sinto essa presença, o que não incomoda ninguém”.

* Já o vereador Tiago Ferreira (PT), que já foi um dos petistas mais críticos à escolha do nome de Geraldo Júnior como candidato do governo, rebateu. “A militância se engajou na campanha em Salvador e esse movimento vai crescer. As pesquisas já mostram”.

* Pai de Geraldo Júnior, o ex-vereador Super Geraldo insistiu até o último instante junto ao filho e aos Vieira Lima para ser candidato a uma cadeira na Câmara Municipal este ano pelo MDB. Para evitar ciumeiras e por motivos de saúde, o pedido foi negado.

* Seguem fortes as queixas entre os vereadores da base de Bruno Reis de que atores da Prefeitura priorizam eleger o ex-presidente da Limpub Omar Gordilho (PDT) e reeleger os edis Roberta Caires (PDT) e Kiki Bispo (União).

* Além de cuidar da organização da campanha da federação PSDB/Cidadania em Salvador e de ser o Ouvidor-geral do município, Jean Sacramento, homem da confiança do vereador tucano Carlos Muniz, ainda arruma tempo para cursar medicina.

* Aliás, dos 44 candidatos a vereador da federação encabeçada pelos tucanos, nove são do Cidadania. Do total geral, apenas três nomes nunca foram testados nas urnas. A expectativa mais realista é que o grupo eleja de cinco a seis representantes.

* Quem pode pagar o preço por ter apostado as fichas em montar o próprio partido para disputar a reeleição é o vereador Átila do Congo, presidente do PMB na Bahia. Colegas de Câmara avaliam que a sigla pode não eleger ninguém. E tem gente vibrando.

* Causou estranheza a ausência de ACM Neto na convenção que confirmou a candidatura do vereador Otoniel Teixeira (União) à Prefeitura de Barreiras, principal município do oeste do Estado. Neto participou de eventos do tipo em diversas cidades.

* Do União Brasil, o deputado estadual Marcinho Oliveira subiu no mesmo palanque de Jerônimo durante a convenção que confirmou a candidatura de Zé Filho (PSD) a prefeito de Riachão do Jacuípe. Mas isso não é mais novidade!

Radar do Poder, a coluna de bastidores do Política Livre
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