Foto: Roque de Sá/Arquivo/Agência Senado
Palácio Itamaraty 27 de setembro de 2024 | 11:02

Itamaraty avalia que evacuação do Líbano ainda não é necessária e quer evitar clima de pânico

mundo

O Ministério das Relações Exteriores trabalha, há semanas, com diferentes soluções para caso seja necessário dar início a uma operação de repatriação dos brasileiros que vivem no Líbano. A avaliação, no entanto, é a de que esse momento ainda não chegou, e que é importante evitar um clima de pânico.

Diálogos estão sendo travados reservadamente com governos como o da Síria e o do Líbano, além do Ministério da Defesa, sobre uma eventual evacuação.

Integrantes do Itamaraty lembram, porém, que até agora nenhum país anunciou uma operação para resgatar seus nacionais, embora, assim como o Brasil, tenham emitido alertas.

Diferentemente de Gaza, que tem suas fronteiras controladas por Israel e demandou mais de um mês de negociação para a repatriação de 32 brasileiros e palestinos, o aeroporto da capital Beirute segue aberto e operante, apesar de dificuldades impostas pela demanda crescente e por cancelamento de voos.

Para a diplomacia brasileira, o fato de brasileiros ainda conseguirem deixar o país do Oriente Médio por meios próprios é crucial e deve ser levado em consideração ao se abordar o conflito.

Um exemplo, ainda que dramático, é o caso dos irmãos de Ali Kamal Abdallah, o brasileiro de 15 anos que foi morto por ataques israelenses. Os dois puderam sair do Líbano em voo comercial logo após a tragédia.

Se o quadro mudar, o Itamaraty diz estar preparado para entrar em ação.

Por ora, a diplomacia faz um levantamento junto à comunidade brasileira para entender o tamanho da demanda por parte daqueles que desejam deixar o território sob ataque de Israel. Estima-se que cerca de 21 mil nacionais vivam no país.

Em 25 de agosto, o Ministério das Relações Exteriores emitiu um alerta consular em que desaconselhou viagens ao Líbano e recomendou aos residentes e aos que estão de passagem pelo país que se ausentem até o retorno à normalidade.

Na última semana, Israel intensificou sua ofensiva contra o Hezbollah e lançou os maiores ataques aéreos contra o Líbano desde a guerra de 2006, matando mais de 600 pessoas.

O grupo islâmico, por sua vez, disparou centenas de mísseis contra alvos no país vizinho, incluindo Tel Aviv, mas o sistema de defesa aérea israelense garantiu que os danos fossem limitados.

Mônica Bergamo/Folhapress
Comentários