11 dezembro 2024
O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, enviou ofício aos servidores da superintendência do órgão na Paraíba dizendo que a nomeação de Gustavo Dantas para o comando regional “envolve tratativas que extrapolam a discricionariedade deste gestor” e “outras instâncias no processo decisório”.
O ofício é uma resposta às críticas dos servidores contra a indicação de Dantas. Em carta enviada ao presidente do Ibama, eles dizem que foram surpreendidos ao saber o que o cargo “será ocupado por uma pessoa recém-formada, sem a experiência necessária para a função” e que seria fruto de indicação política.
No ofício, Agostinho afirma que, “na atual gestão, as manifestações dos servidores serão devidamente consideradas no processo decisório, sempre com o objetivo de buscar o melhor para esta importante Autarquia e seus servidores.”
“Contudo, a nomeação para o cargo de Superintendente CCE 1.13, atualmente é de livre provimento, e envolve tratativas que extrapolam a discricionariedade deste gestor, envolvendo também outras instâncias no processo decisório”, ressalta o presidente do Ibama.
A seguir, ele diz que Dantas tem bacharelado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Campina Grande, pós-graduação em Geoprocessamento e experiência na área de consultoria ambiental.
Yuri Teixeira Amaral, diretor-administrativo da Asibama (Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Plano Especial de Cargos do MMA e do Ibama) na Paraíba, criticou a indicação.
“É triste ver o caos ambiental que o país vive e saber que os principais cargos são usados como moeda de troca política, que a área ambiental segue com um dos menores orçamentos e que decisões técnicas são questionadas politicamente, a exemplo da exploração do petróleo na margem equatorial”, diz.
“Embora vejamos melhora com relação ao governo anterior [de Jair Bolsonaro], seguiremos denunciando os desmandos no serviço público ambiental, qualquer que seja o governo eleito”.
Danielle Brant/Folhapress