Foto: Antonio Augusto/ STF/Arquivo
O procurador-geral da República Paulo Gonet 21 de outubro de 2024 | 17:30

‘Criminosos não têm burocracia’, diz Gonet na cúpula de PGRs sobre avanço do crime organizado

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O procurador-geral da República Paulo Gonet defendeu nesta segunda-feira, 21, a necessidade de maior agilidade na comunicação e troca de informações entre os Ministérios Públicos de diferentes países para um combate mais eficaz à criminalidade organizada, que ganhou contornos transnacionais. O chefe do Ministério Público Federal brasileiro destacou a necessidade de uma atuação em conjunto de todos os MPs para que “o combate ao mal seja bem sucedido”.

“Embora tenhamos uma série de canais burocráticos para vencer no combate à criminalidade, os criminosos não têm isso. Eles entram em contato imediatamente. Para que a gente vença essa guerra nós precisamos ser mais ágeis”, frisou o procurador-geral na primeira Cúpula dos Procuradores-Gerais – PG20 -, sediada no Rio de Janeiro.

Segundo Gonet, o grande propósito do congresso é “propiciar meios para essa maior agilidade nessa ação conjunta” entre MPs.

Gonet é o anfitrião do evento que conta com a participação de representantes de 19 países e da União Europeia. Fazem parte do evento delegações dos Estados Unidos, Espanha, Índia, Austrália, Argentina, Nigéria, Singapura, Emirados Árabes, entre outros.

Na abertura do encontro, o procurador destacou que o maior propósito da reunião dos MPs é “criar condições para um bom relacionamento entre os órgãos de persecução penal, trocar informações e atuar em conjunto e de uma maneira mais eficiente no combate à criminalidade organizada”.

“Há um consenso de que nenhum País pode mais sozinho combater a criminalidade mais perniciosa que existe que é o organizada”, assinalou.

Ainda de acordo com Paulo Gonet, o diálogo entre os órgãos também contribui para o rastreio da lavagem do dinheiro do crime, permitindo que as organizações internacionais sejam sufocadas financeiramente.

Segundo ele, o “grande problema” da cooperação internacional é a confiança entre os Ministérios Públicos de diferentes países. Nessa linha, o procurador-geral considera que a vantagem do evento realizado nesta semana é “sedimentar laços de conhecimento e interação”, assim como a “boa vontade para agir e combater malefícios”.

Pepita Ortega/Estadão
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