Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil/Arquivo
Dólar abre a semana próximo da estabilidade 07 de outubro de 2024 | 10:04

Dólar abre a semana próximo da estabilidade

economia

O dólar abriu a semana próximo da estabilidade, com os investidores avaliando os resultados das eleições municipais, realizadas nesse domingo (6), e sob a expectativa da divulgação nesta semana dos dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos.

Às 9h05, a moeda subia 0,02%, cotada a R$ 5,4576. Na última sexta-feira (4), o dólar fechou em queda de 0,34%, a R$ 5,455, e a Bolsa teve leve alta de 0,09%, aos 131.791 pontos.

A última sessão da semana passada foi marcada por dados de emprego dos Estados Unidos e pela escalada do conflito no Oriente Médio.

Principal divulgação da semana, o “payroll” (folha de pagamento, em inglês) mostrou a abertura de 254 mil vagas em setembro, uma aceleração em relação às 159 mil abertas em agosto. A previsão era de 140 mil postos de trabalho.

Também houve surpresa positiva na taxa de desemprego, que recuou para 4,1%, de 4,2% em agosto.

Assim como os outros relatórios publicados ao longo da semana, o payroll indicou que o mercado de trabalho está, no máximo, passando por um esfriamento gradual e moderado, sem grandes deteriorações.

“O relatório de emprego dos EUA surpreendeu a todos. Embora os dados divulgados até o momento nesta semana tenham mostrado um mercado de trabalho apertado, não havia garantia de que observaríamos um número tão forte hoje”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.

A atenção dos operadores ao mercado de trabalho americano acompanha a mudança de foco do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), que baliza as decisões de política monetária a partir dos dados de emprego e de inflação —dinâmica chamada de “mandato duplo” no jargão econômico.

Nos últimos meses, os indicadores inflacionários têm mostrado uma convergência gradual à meta de 2%, ao passo que os números de emprego estavam desacelerado a cada nova leitura. À luz desse movimento, o Fed fez o primeiro corte nos juros em mais de quatro anos na reunião de setembro. A taxa foi reduzida em 0,50 ponto percentual e agora está na faixa de 4,75% e 5%.

A dúvida do mercado, agora, é sobre o ritmo dos próximos cortes. Em discurso na segunda-feira, Jerome Powell, presidente do Fed, disse prever mais duas reduções na taxa de juros, de 0,25 ponto cada, “se a economia tiver o desempenho esperado”.

Os dados benignos da semana selaram apostas de que os próximos afrouxamentos serão, de fato, graduais.

“Para a economia, isso significa que está ocorrendo um ‘pouso suave’. Continuamos criando emprego em um ritmo acelerado e a taxa de desemprego está caindo”, disse Ross Mayfield, estrategista de investimentos da Baird. A expressão “pouso suave” designa a convergência da inflação à meta sem maiores deteriorações no mercado de trabalho.

“Isso significa que é improvável que o Fed corte em 0,50 ponto percentual em novembro ou dezembro, certamente, e talvez até faça uma pausa em novembro.” Com isso, na ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto chegou a 99,2%, um raro consenso entre os operadores.

Quanto menores os juros nos EUA, pior para o dólar, que se torna menos atraente conforme os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro norte-americano, os Treasuries, caem.

O movimento, em tese, favorece a moeda americana, por indicar cortes mais graduais. “Mas o grande problema está sendo o Oriente Médio”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.

“As falas de [Joe] Biden estão repercutindo de forma extremamente negativa, o que faz com o que o mercado fique alvoroçado e o dólar entre em uma situação de extrema vulnerabilidade em relação à cena externa.”

Desde terça-feira (1º), o mundo —e o mercado financeiro— tem estado em alerta para uma possível guerra generalizada na região. O Irã, em retaliação às ofensivas de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e o Líbano, disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, em sinal de escalada do conflito.

“Isso significa que é improvável que o Fed corte em 0,50 ponto percentual em novembro ou dezembro, certamente, e talvez até faça uma pausa em novembro.” Com isso, na ferramenta CME FedWatch, a probabilidade de um corte de 0,25 ponto chegou a 99,2%, um raro consenso entre os operadores.

Quanto menores os juros nos EUA, pior para o dólar, que se torna menos atraente conforme os rendimentos dos títulos ligados ao Tesouro norte-americano, os Treasuries, caem.

O movimento, em tese, favorece a moeda americana, por indicar cortes mais graduais. “Mas o grande problema está sendo o Oriente Médio”, diz Paloma Lopes, economista da Valor Investimentos.

“As falas de [Joe] Biden estão repercutindo de forma extremamente negativa, o que faz com o que o mercado fique alvoroçado e o dólar entre em uma situação de extrema vulnerabilidade em relação à cena externa.”

Desde terça-feira (1º), o mundo —e o mercado financeiro— tem estado em alerta para uma possível guerra generalizada na região. O Irã, em retaliação às ofensivas de Tel Aviv contra a Faixa de Gaza e o Líbano, disparou cerca de 200 mísseis contra Israel, em sinal de escalada do conflito.

Folhapress
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