11 dezembro 2024
A chapa da deputada federal por São Paulo Rosângela Moro (União Brasil) na disputa pela prefeitura de Curitiba ficou fora do segundo turno das eleições. Ela era candidata a vice-prefeita ao lado do deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil), candidato a prefeito.
Com 100% das urnas apuradas, vão ao segundo turno Eduardo Pimentel (PSD) —atual vice-prefeito, apoiado pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Junior (PSD)—, com 33,51% dos votos, e Cristina Graeml (PMB), com 31,17%. Leprevost teve 6,49% dos votos, atrás de Luciano Ducci (PSB), com 19,44%.
A derrota respinga em 2026, já que o senador Sergio Moro (União Brasil), marido de Rosângela, tem planos de disputar o governo do Paraná nas próximas eleições e atuou para tentar eleger aliados em cidades estratégicas.
Rosângela Moro transferiu seu título eleitoral de São Paulo para Curitiba no início do ano. Na época, o movimento aparentava ter relação com a possibilidade de realização de uma eleição suplementar ao Senado, a partir da cassação do mandato de Sergio Moro pela Justiça Eleitoral, o que não aconteceu.
Deputado estadual, Ney Leprevost entrou nas eleições deste ano amparado pelo desempenho que obteve nas urnas de 2016, quando levou a disputa pela prefeitura de Curitiba para o segundo turno, ultrapassando o então prefeito da época, Gustavo Fruet (PDT). Foi derrotado no segundo turno para Rafael Greca, que em 2020 se reelegeu.
Para a campanha deste ano, o União Brasil avaliou que a entrada do casal Moro poderia dar peso à campanha de Leprevost para enfrentar a máquina municipal e estadual de Pimentel, cuja candidatura é apoiada pelo prefeito Rafael Greca (PSD) e pelo governador Ratinho Junior (PSD). Pimentel também havia conseguido o apoio do Novo do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol.
Ao longo da campanha, contudo, o casal Moro foi pouco visto na propaganda eleitoral de tevê e as bandeiras lava-jatistas não tiveram espaço no debate.
Na pré-campanha, em julho, Rosângela Moro ainda tentou engajar o antipetismo, ao afirmar que um dos motivos para ter aceitado o convite para integrar a chapa do União Brasil era “impedir o avanço do PT nos nossos municípios”.
Mas a bandeira anti-PT do casal Moro perdeu força na campanha em Curitiba, onde a legenda do presidente Lula preferiu não ter candidatura própria e apenas integrar a coligação dos candidatos do PSB e do PDT.
Catarina Scortecci/Folhapress