Foto: Divulgação/Arquivo
O vereador André Fraga 07 de outubro de 2024 | 09:30

Vereador mais bem votado da oposição em Salvador é aliado de Bruno Reis; prefeito terá “céu de brigadeiro” na Câmara

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O prefeito Bruno Reis (União) ampliou a base de apoio na Câmara Municipal de Salvador para o segundo mandato. Atualmente com 32 aliados na Casa entre os 43 integrantes, o chefe do Executivo municipal terá, a partir de janeiro de 2025, 33 vereadores da base. Além disso, mesmo na oposição, o perfil dos eleitos favoreceu Bruno.

O vereador mais bem votado de um partido da oposição foi André Fraga (PV), que conseguiu a reeleição com mais de 14,1 mil sufrágios. Só que o “verde” já é aliado de Bruno Reis, e continuará sendo. A federação formada por PV, PT e PCdoB, hoje com sete edis, só abocanhou quatro cadeiras, sendo apenas uma do PT, a de Marta Rodrigues, irmão do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

O resultado ruim entre os principais partidos de esquerda é reflexo direto do desempenho pífio do candidato de Jerônimo em Salvador, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB). Os outros eleitos neste campo foram Augusto Castro (PCdoB) e Aladilce (PCdoB). Oposicionistas combativos, como Arnando Lessa (PT) e Tiago Ferreira (PT), não renovaram os mandatos, o que foi bom para Bruno Reis. Outro petista que não se reelegeu foi Luiz Carlos Suíca (PT), só que este sempre teve boa relação com o prefeito.

Do PCdoB, quem ficou de fora foi Hélio Ferreira. Sem Hélio e sem Tiago, o Sindicato dos Rodoviários, que costuma dar dor de cabeça ao Executivo em movimentos grevistas, ficou sem representante no Legislativo municipal.

Quem ficou maior do que o PT foi o PSOL, fruto também do bom desempenho do candidato a prefeito do partido, Kleber Rosa, que acabou na segunda colocação. A sigla elegeu dois novatos que pretendem fazer oposição dura: Eliete Paraguassu, ligada ao movimento dos marisqueiros, e Hamilton Assis, que já disputou cargos majoritários e é ligado ao deputado estadual Hilton Coelho, único representante da sigla na Assembleia Legislativa. Combativa, a vereadora Laina Crisóstomo não renovou o mandato pelo PSOL.

O PSB manteve o mandato do combativo Sílvio Humberto, enquanto o PSD emplacou o novato Felipe Santana e o MDB ficou uma cadeira, pertencente ao ex-vereador e ex-deputado David Rios, que já foi aliado de Bruno Reis. Emedebista, o vereador Joceval Rodrigues, um dos defensores da candidatura de Geraldo Júnior, não renovou o mandato.

O Podemos, também da oposição, conseguiu conquistar duas cadeiras mesmo após sofrer um processo de esvaziamento por parte de aliados do prefeito antes do pleito. O mais bem votado do partido foi João Cláudio Bacelar, filho do deputado federal João Carlos Bacelar (PV), que já foi aliado próximo de Bruno. A outra vaga ficou com o vereador Randerson Leal, filho do deputado estadual Roberto Carlos (PV), que foi reeleito.

O Solidariedade e o Avante, outros partidos da base de Jerônimo que foram esvaziados por articulação dos aliados de Bruno Reis, não conquistaram nenhuma cadeira, como era esperado.

Base do Executivo

O União Brasil vai seguir como o maior partido da base de Bruno Reis, com sete cadeiras. A federação formada pelo PSDB/Cidadania, liderada pelo presidente da Câmara Municipal, o tucano Carlos Muniz, ficou na segunda posição, com seis. O PP ficou com cinco, enquanto o PDT e o Republicanos conquistaram quatro cadeiras cada.

Também integram a base de Bruno, cada partido com duas cadeiras, o PL, o DC e o PRD. O PMB, que tem hoje o vereador Átila do Congo, aliado do prefeito, não alcançou o coeficiente para conquistar uma vaga.

Também não conseguiram a reeleição, entre os aliados de Bruno, os atuais vereadores Alfredo Mangueira (Republicanos), Toinho Carolino (DC), Cátia Rodrigues (União), Isnard Araújo (PL), Leandro Guerrilha (Republicanos), Marcelo Maia (DC), Sabá (DC), José Antônio (PRD) e Sandro Bahiense (PP).

A renovação na Câmara ficou em quase 40%.

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