26 novembro 2024
Antes de bater o martelo para renovar por mais 30 anos o contrato de concessão da Coelba Neo Energia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) deveria ter uma mapa claro do que a companhia energia elétrica poderá entregar diante dos desafios que o estado terá no futuro. A observação é do deputado estadual Eduardo Sasles (PP), presidente da Comissão de Infraestrutura na Assembleia Legislativa da Bahia.
“Eu acho muito importante que o Governo da Bahia contrate a melhor empresa do mundo, mais técnica, isenta, idônea, para ela fazer uma projeção e um estudo do que é que nós Bahia queremos para os próximos 30 anos. Nós temos que entender quais são as necessidades energéticas que a Bahia vai buscar ao longo desses anos. Porque quando a concessão da Coelba foi feita há 27 anos atrás, a realidade de desenvolvimento da Bahia era uma, agora a realidade é outra. Daqui a dez anos vai ser diferente, 20, 30”, disse em entrevista ao Política Livre.
O parlamentar colocou a sugestão durante a audiência pública da última terça-feira (19), que discutiu o contexto para renovação contratual da Coelba, que encerra em 2027.
“Eu dou um exemplo prático, nós temos no Oeste da Bahia um rio subterrâneo, que é o aquífero Urucuia, que tem um potencial enorme. Nós estamos estudando há dez anos, monitorando com as universidades e tudo mais e nós podemos aumentar, dobrar, triplicar o potencial de irrigação na região. Isso vai fazer com que a demanda de energia venha para frente. Quem é que está estudando isso?”, alertou Eduardo Salles.
Segundo ele, a diretoria da Coelba sinalizou um investimento de cerca de R$ 13,3 bilhões. Associado a este, o governo federal vai aportar R$ 16,6 bilhões até 2028 em infraestrutura de linhas de alta tensão.
“Nós estamos falando até 2028 de R$ 30 bilhões em investimento de energia. Nós precisamos cuidar disso e fazer com que a população lá na ponta entenda que efetivamente as coisas estão acontecendo e vão acontecer ao longo dos próximos 30 anos diferentes do formato que aconteceu nos trinta anos pra trás”, completou.
Política Livre