2 dezembro 2024
A ausência de ministros de pastas sociais da coletiva que detalhou as medidas de ajuste fiscal causou estranheza em integrantes do governo, em especial pela articulação de alguns deles para manter suas áreas longe da tesoura da Fazenda.
Antes de fechar a lista de medidas para tentar equilibrar as contas públicas, a equipe econômica do ministro Fernando Haddad (Fazenda) estudou propostas que causaram forte reação no governo, como mudanças no seguro-desemprego para reduzir o número de parcelas pagas pelo governo ou dificultar o acesso a quem faz uso recorrente da proteção.
Na ocasião, o ministro Luiz Marinho (Trabalho) chamou o debate de fake e ameaçou pedir demissão caso fosse tomada decisão envolvendo sua pasta sem que fosse consultado. O governo estudou ainda acabar com os pisos de Saúde e Educação, levando os titulares das pastas, Nísia Trindade e Camilo Santana, respectivamente, a negociarem a manutenção da medida.
Ao longo do processo de negociação, Haddad manteve reuniões com Marinho, Nísia, Camilo, Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Carlos Lupi (Previdência) e o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Nenhum deles esteve no detalhamento desta quinta.
Além de Haddad, participaram da coletiva as ministras Esther Dweck (Gestão) e Simone Tebet (Planejamento) e os ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).
Danielle Brant/Folhapress