29 dezembro 2024
O ministro Fernando Haddad (Fazenda) disse nesta quarta-feira (6) que o dia “amanheceu mais tenso” nos mercados em função do que foi dito na campanha pela presidência dos Estados Unidos, em que Donald Trump saiu vitorioso nesta madrugada.
O titular da pasta ponderou, contudo, que o discurso de vitória do republicano já é mais moderado do que o de campanha. E que o Brasil deve “cuidar de casa”.
“Na campanha foram ditas muitas coisas que causam apreensão, não no Brasil, no mundo inteiro. Causam apreensão nos mercados emergentes, causam apreensão nos países endividados, na Europa. Então o dia amanheceu no mundo, o dia amanheceu mais tenso em função do que foi dito na campanha”, disse.
“Mas entre o que foi dito e o que vai ser feito, nós sabemos que isso já aconteceu passado, né? Então, as coisas às vezes não se traduzem da maneira como foram anunciadas. E o discurso pós-vitória já é um discurso mais moderado do que o da campanha. Então nós temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa”, completou.
A declaração foi dada a jornalistas, em frente ao ministério da Fazenda. Questionado se haveria impacto político no Brasil ele minimizou. “É difícil dizer isso, porque você não tem um casamento de eleições, entre o Brasil e os Estados Unidos não se dá assim, não tem um automatismo. Existe um fenômeno de extrema-direita no mundo crescente. Mas isso não é de agora, né?”.
Quatro anos após tentar se manter na Casa Branca com base em mentiras e violência, Donald Trump, volta ao comando dos Estados Unidos, numa eleição que marcou uma guinada expressiva à direita.
O republicano foi declarado presidente eleito dos Estados Unidos por volta das 7h30 desta quarta (6), quando alcançou a marca de 276 dos 538 votos do Colégio Eleitoral. Com a apuração ainda em curso, liderava em todos os sete estados-pêndulo.
Em desempenho superior à sua vitória de 2016, também ganhou no voto popular, com 68 milhões de votos, ante 62,9 milhões de Kamala Harris. Um republicano não chegava à Casa Branca como o mais votado pela população desde George W. Bush, em 2004.
Marianna Holanda/Folhapress