Foto: Divulgação/Arquivo
Ireuda Silva e Clóvis de Souza 08 de novembro de 2024 | 10:16

Especialista destaca exclusão histórica das pessoas negras no sistema de ensino no Forte por Ser Mulher

salvador

Nesta quinta-feira (07), o programa Forte Por Ser Mulher, conduzido pela presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), trouxe à tona questões essenciais sobre a exclusão histórica de pessoas negras no sistema educacional brasileiro. Transmitido ao vivo pelo YouTube, o episódio teve como convidado o professor e historiador Clóvis de Souza, que compartilhou suas reflexões sobre o longo caminho da população negra para alcançar o direito à educação, destacando barreiras históricas e sociais que persistem até hoje.

Durante a transmissão, Clóvis de Souza sublinhou que a exclusão educacional das pessoas negras é um problema antigo, remontando ao século XIX, quando a educação formal no Brasil era restrita à elite branca e rica. “Essa é uma questão histórica da educação de pessoas negras. Se olharmos para o século XIX, a educação já vinha de uma história de privilégios para os brancos e ricos”, comentou o historiador.

Ele observou que, mesmo no século XX, embora a escola pública tenha se expandido para abranger pessoas mais pobres, incluindo a população negra, essa inclusão não se refletiu nas universidades, que permaneceram inacessíveis para muitos.

Clóvis apontou ainda a contradição do sistema universitário público. “A universidade pública, que teoricamente era para pessoas menos favorecidas, teve por muito tempo um sistema contraditório a isso. O aluno entra e precisa ficar o dia todo lá. Meus pais cobravam que eu precisava trabalhar. A maioria evadia, a maioria negros”, relatou. Ele explicou que a necessidade de trabalhar para sustentar as famílias levou muitos estudantes negros a abandonarem os estudos, evidenciando como a estrutura educacional continua a impor desafios desiguais para grupos historicamente excluídos.

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