26 novembro 2024
Após um novo pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por mais informações à Petrobras no processo de licenciamento ambiental para perfuração de um poço a cerca de 300 quilômetros da Foz do Amazonas, o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar , disse nesta segunda-feira (4/11) que todas as exigência feitas pelo Ibama estão sendo cumpridas.
“A Petrobras avança em relação ao cumprimento de exigências novas feitas pelo Ibama e agora só precisa cumprir apenas mais dois pontos: detalhar melhor como serão as operações no Oiapoque, no Amapá, para saber se haverá impacto ou não nas comunidades indígenas que ali estão localizadas, e ter um aparelho mais robusto para proteger a fauna caso haja algum tipo de vazamento”, explicou Bacelar.
“Defendemos que essa área gigante possa ajudar no desenvolvimento econômico, social e sustentável no Norte e no Nordeste do país, onde temos os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil. Esses recursos precisarão ser utilizados de forma dialogada com essas comunidades indígenas, ribeirinhas, povos tradicionais, cidades, universidades para que esses recursos permaneçam no Norte e Nordeste. O pré-sal está muito mais próximo das praias de Saquarema, Maricá, e até mesmo de Ipanema e Copacabana. Nunca houve um vazamento nas atividades da Petrobras”, observou Deyvid, apontando a excelência das operações da Petrobras.
Para ele, é preciso que a Margem Equatorial seja utilizada inclusive como uma referência em questões de sustentabilidade no que se refere ao meio ambiente. “Que seja utilizada para a transição energética de uma maneira justa e inclusiva, para manter a floresta amazônica em pé. Tudo o que o Ibama fizer de exigência, nós temos certeza que a atual gestão da Petrobras irá cumprir à risca”, destacou.
Ele lembrou também que a diretora de Exploração e Produção da Petrobras Silvia dos Anjos deixou explícito que o Ibama pode ficar à vontade para fazer todas as exigências necessárias, porque a Petrobras cumprirá todas elas, como vem fazendo ao longo de toda a sua existência.
“Inclusive com operações muito mais complexas no centro da selva amazônica, como a grande base de Urucu, onde já estive quatro vezes. Naquele espaço nunca tivemos ao longo de 40 anos um único acidente que atingisse a floresta amazônica”, argumentou.
Autossuficiência em risco
A FUP tem sido veemente na defesa da exploração e produção na Margem Equatorial brasileira, considerada a maior reserva descoberta nos últimos tempos. Segundo Bacelar, o Suriname e a Guiana já exploram e produzem petróleo na região.
“Estamos falando de um licenciamento ambiental de apenas um poço pioneiro para que a Petrobras possa perfurar na reserva, que fica a mais de 300 quilômetros da foz do Amazonas. Se houver petróleo, ainda teremos um período de seis anos para construção das grandes plataformas que serão instaladas ali”, frisou.
Bacelar disse ainda que “nosso país é autossuficiente, exportamos em torno de dois milhões de barris de petróleo para outros países, principalmente para a China. Porém, nós sabemos que o petróleo é finito. A partir de 2032 o pré-sal brasileiro vai entrar em declínio. Se não garantirmos novas reservas de petróleo e gás, o país que hoje é autossuficiente poderá se tornar dependente e teremos de importar petróleo para garantir a soberania energética brasileira”.
“Ser dependente da importação de petróleo e não ter capacidade de atender a demanda interna brasileira do mercado de derivados, com uma indústria pujante, a partir principalmente de refinarias, significa que os preços vão subir ainda mais”, concluiu o coordenador da FUP e conselheiro do presidente Lula.