Foto: Divulgação/Arquivo
Ireuda Silva 06 de novembro de 2024 | 09:45

‘Quando falamos de mulheres negras, falamos de uma dupla opressão’, diz Ireuda Silva no Novembro Negro

salvador

No Brasil, as mulheres negras enfrentam uma batalha cotidiana contra duas formas de discriminação: o racismo e o machismo. Embora as questões que envolvem as mulheres em geral sejam urgentes, para as mulheres negras, as dificuldades são ainda mais profundas e complexas. A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e vice da Comissão de Reparação, afirma que a mulher negra tem um papel fundamental na resistência e transformação social.

“Quando falamos de mulheres negras, falamos de uma dupla opressão. O racismo nos marginaliza, enquanto o machismo tenta silenciar nossas vozes. No entanto, apesar dessas barreiras, a mulher negra tem mostrado, ao longo da história, uma enorme capacidade de resistência e protagonismo”, afirma.

Ireuda relembrou figuras históricas que foram pioneiras na luta contra a opressão, como Dandara, uma das lideranças do Quilombo dos Palmares, e a baiana Maria Felipa, que lutou na Independência da Bahia. Para ela, essas mulheres, assim como tantas outras anônimas, representam a força e o espírito de luta que ainda inspiram as mulheres negras de hoje.

Segundo dados do IBGE e de diversas organizações sociais, mulheres negras no Brasil enfrentam desafios adicionais no mercado de trabalho, com salários menores, menos oportunidades e maior exposição a formas de violência. A desigualdade racial é ainda mais evidente quando se analisa a taxa de homicídios, onde a juventude negra, principalmente a feminina, é a maior vítima.

“É importante lembrar que a mulher negra não é só a que sofre discriminação pelo fato de ser mulher, mas também pela cor da sua pele. É preciso que a sociedade brasileira reconheça essa realidade e promova políticas públicas que enfrentem essa desigualdade. Não podemos continuar ignorando que a opressão sobre a mulher negra é muito mais cruel”, destaca Ireuda.

A vereadora aponta ainda que a educação e a inclusão são instrumentos poderosos na luta contra o racismo e o machismo. “A educação de qualidade, voltada para a valorização da cultura negra e o empoderamento das mulheres negras, é essencial para quebrar as correntes dessa dupla discriminação”, afirma.

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