Foto: Divulgação/PF
Francisco Nascimento arremessou uma bolsa de dinheiro vivo pela janela de sua residência no momento da ação policial 11 de dezembro de 2024 | 17:00

Sacola de dinheiro que primo de Elmar jogou pela janela antes de ser preso valia todo o seu patrimônio

bahia

O vereador Francisco Manoel do Nascimento Neto, o Francisquinho Nascimento (União Brasil), de Campo Formoso, na Bahia, declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 213 mil. Ele foi preso pela Polícia Federal na terça-feira, 11, na Operação Overclean.

Antes de ser preso, o vereador jogou uma sacola de dinheiro pela janela. Na sacola, segundo a PF, havia R$ 220 mil. Francisco terá que explicar a origem do dinheiro e por que ele estava guardado em casa.

Ao registrar candidatura, ele declarou que tinha R$ 40 mil em dinheiro vivo, além de US$ 1,5 mil dólares e 2,5 mil euros em espécie. Em contas bancárias, segundo a declaração de bens à Justiça Eleitoral, havia cerca de R$ 14 mil. O vereador informou ainda a posse de uma casa financiada, pela qual ele teria pago R$ 112 mil até então, e de R$ 25,5 mil em participações de um laboratório de análises clínicas.

Francisco é primo do deputado federal Elmar Nascimento, líder do União Brasil na Câmara dos Deputados. Elmar não é investigado. Antes de ser vereador, foi secretário-executivo da prefeitura de Campo Formoso, na gestão do irmão de Elmar, o prefeito Elmo Nascimento (União), reeleito em 2024.

O vereador é um dos investigados em um suposto esquema de desvios de emendas parlamentares direcionadas ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e a outros órgãos públicos. A Polícia Federal estima que o prejuízo causado seja de pelo menos R$ 162 milhões.

Além de Francisco, outras 16 pessoas foram presas preventivamente. A Justiça Federal também determinou o afastamento de oito servidores público e o bloqueio de bens dos investigados. O processo tramita na 2.ª Vara Federal de Salvador.

A PF afirma ter encontrado indícios dos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos e lavagem de dinheiro.

Rayssa Motta/Estadão
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