11 julho 2025
O diretor-adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Marco Cepik, pediu exoneração do cargo. De acordo com nota da agência, desta segunda-feira (10), a saída foi por motivos pessoais.
Cepik, que é professor titular do Instituto de Relações Internacionais da UnB (Universidade de Brasília), pretende dar continuidade a projetos acadêmicos, ainda segundo o órgão.
A agência afirmou que Cepik se colocou à disposição para continuar contribuindo como professor universitário e pesquisador. O atual secretário de Planejamento e Gestão, Rodrigo de Aquino, será o novo ocupante da função. A transição ocorrerá durante todo o mês de março.
Marco Cepik atuou como diretor da escola de inteligência do órgão, entre 2023 e 2024 e, desde então, exercia o cargo de diretor-adjunto.
Ele assumiu o lugar de Alessandro Moretti, demitido em janeiro de 2024 pelo presidente Lula (PT) após ele ter sido citado pela Polícia Federal em operação sobre o suposto uso da Abin para um esquema de arapongagem no governo Jair Bolsonaro (PL).
O principal elemento para essa afirmação foi uma reunião com representantes de servidores da Abin, em que Moretti teria dito que a investigação sobre a agência tinha “fundo político” e iria passar.
Considerado um dos principais pesquisadores da área de inteligência governamental, Cepik disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo em 2023, que Lula havia estipulado, como prioridades da agência, a proteção do Estado democrático de Direito, a questão dos impactos das mudanças climáticas e as ameaças cibernéticas.
Autor de mais de uma dezena de livros, o professor universitário apontou o 8 de janeiro como exemplo da importância de se ter uma “atividade de inteligência que seja capaz de entender e antecipar as vulnerabilidades e os riscos” de eventos, como os ataques golpistas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL).
Já o oficial de Inteligência Rodrigo de Aquino ocupa a função de secretário de Planejamento e Gestão desde novembro de 2023. Anteriormente, ele desempenhou funções técnicas e de direção e assessoramento em unidades da Abin, como da de diretor dos Departamentos de Contraterrorismo e Ilícitos Transnacionais e de Inteligência Estratégica.
Constança Rezende/Folhapress