Foto: Divulgação/Arquivo
A cantora Anitta se manifestou contra os leilões de áreas verdes em Salvador 18 de abril de 2025 | 09:10

Anitta se manifesta contra leilões de áreas verdes em Salvador

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A cantora Anitta se manifestou nesta sexta (18) contra os leilões de áreas verdes em Salvador para a iniciativa privada.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela afirma que “usar o potencial construtivo de áreas verdes para erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população”.

“Hoje eu vim aqui fazer um pedido às autoridades de Salvador, à Prefeitura e às autoridades, que respeitem as áreas verdes do Estado, da cidade e não promovam leilões sem que tenham todos os requisitos para que isso aconteça. Usar o potencial construtivo de áreas verdes para erguer mais prédios não é a melhor escolha para a população”, disse.

“É preciso respeitar os limites e cuidar da natureza, proteger as áreas verdes que a gente ainda tem no nosso país porque a gente sebe que a crise climática é real, é verdadeira, e a gente precisa cuidar das nossas áreas verdes, procurar preservar as áreas verdes, e não construir mais e mais. Agora é hora de cuidar do nosso ambiente. Um beijo para todos vocês e para essa cidade que eu amo tanto que é Salvador, que está sempre tão linda, que tem uma natureza tão maravilhosa e que merece ser preservada e cuidada”, prosseguiu.

A Justiça da Bahia suspendeu na segunda-feira (14) um leilão de um terreno no Morro do Ipiranga, localizado no bairro da Barra, que estava previsto para ocorrer na terça (15).

A decisão do juiz Alex Schramm de Rocha, da 7ª Vara Cível e Agrária, atende a um pedido do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA). A área verde de mais de 3.000 metros quadrados está no centro de uma disputa entre entidades da sociedade civil e o poder público.

Na ação, o CAU-BA alega que o terreno tem importância ambiental, paisagística e cultural. O órgão alerta também para riscos de erosão e deslizamentos no local.

O procurador-jurídico do CAU-BA, Fernando Valadares, diz que a prefeitura não apresentou nenhum tipo de interesse público que justificasse o leilão e que falta “lastro técnico em matéria de arquitetura e urbanismo”.

Ao acatar o pedido, o juiz também fixou multa de R$ 100 mil caso a determinação seja descumprida.

O prefeito defende leilão e diz que a área não tem uso para a população. “Nós estamos fazendo a desafetação e alienação de uma área que não tem qualquer utilização para as pessoas, que podem render recursos expressivos”, afirmou ele em entrevista ao portal Bnews nesta segunda.

O leilão estava marcado inicialmente para 14 de março, mas a gestão do prefeito Bruno Reis (União) cancelou por afirmar que houve descumprimento do edital.

A Câmara Municipal de Salvador aprovou, no fim do ano passado, a desafetação [mudança de destinação de uma área] de 44 terrenos municipais, incluindo 17 áreas verdes como esse terreno no Morro do Ipiranga. A autorização para venda ou cessão das áreas foi sancionada pelo prefeito sob críticas de entidades da sociedade civil.

Mônica Bergamo, Folhapress
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