12 maio 2025
O deputado federal Bacelar (PV) subiu o tom ao criticar o PL da Anistia, que tenta liberar os presos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, e cuja urgência foi protocolada na Câmara dos Deputados na última segunda-feira (14).
O parlamentar baiano chamou os ataques de “crime hediondo” e foi categórico ao afirmar que a anistia ampla, como defendem alguns deputados e senadores, traz como pano de fundo proteger o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e os generais do Exército envolvidos na trama.
“Olha, é um absurdo. Primeiro porque é inconstitucional. Segundo, porque livra os líderes desse golpe. Esse é um crime hediondo, não é um crime comum. Atentar contra o Estado Democrático de Direito, atentar violentamente contra às instituições é crime hediondo e deve ser punido. Caso não haja punição, caso não houvesse a punição, ficaria um precedente muito grande, mas temos certeza que o Congresso Nacional não vai permitir isso, o Congresso Nacional, que foi afrontado, que foi depredado, não vai permitir”, pontuou Bacelar, em entrevista a este Política Livre, na última semana. Apesar de ser contrário ao PL, o deputado disse que “nós podemos até discutir a dosimetria de certas penas”.
Sobre a ofensiva do governo Lula (PT), que avalia punir aliados que votaram pela urgência da tramitação do projeto, Bacelar classificou a medida como justa. “Acho que não é nem ofensiva. Anistiar quem tentou matar Lula, anistiar quem tentou matar o vice-presidente da República, anistiar quem planejou o assassinato do ministro do Supremo Tribunal Federal, não é aliado”, frisou.
Da bancada de 39 deputados federais da Bahia, 11 assinaram o requerimento de urgência para colocar em votação o projeto de lei, entre eles, Pastor Sargento Isidório (Avante), que é aliado do governo estadual, e Cláudio Cajado (PP), que ensaia retornar à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT).
Sobre as 262 assinaturas da proposta, protocolada pelo Partido Liberal (PL), e que obteve ampla maioria dos deputados, incluindo de partidos que integram o governo Lula, Bacelar disparou: “Eu acho que esses colegas que assinaram, assinaram enganados, não sabiam da extensão do projeto. Fica-se falando na ‘velhinha do batom’, que não é inocente, no mínimo é uma inocente útil, porque se naquele dia aquela ação dela e das suas companheiras e dos seus companheiros tivesse prosperado poderia ter havido uma intervenção das forças militares e o país hoje estar sob uma ditadura”.
Carine Andrade