Cezar Leite acusa governador de negligenciar a população negra: “principal vítima da violência na Bahia”

O vereador de Salvador, Cezar Leite (PL), aumentou o tom ao usar a tribuna nesta segunda-feira (31), para exigir do governo do estado ações efetivas em segurança pública, direcionando suas críticas ao governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Com dados e um tom de denúncia, o parlamentar destacou a vulnerabilidade da população negra, principal vítima da violência na capital baiana.

O bolsonarista não poupou palavras ao acusar a esquerda de incoerência. “A maioria da população baiana é negra e esta sofrendo com um governador que se declara negro. Eca esquerda não cobra isso. Vamos deixar de falsidade, de desonestidade intelectual, vamos discutir os problemas reais da cidade de Salvador e do estado da Bahia, como deve ser feito. Sem conversinha fiada”, disparou.

O vereador citou casos de trabalhadores assaltados e mortos em pontos de ônibus, questionando se Jerônimo Rodrigues já vivenciou a realidade da população. “Ele já foi a um ponto de ônibus às 4h para ver como está a cidade? Não vai, porque tem medo”, disse.

Relatando situações de funcionários que pedem demissão por medo de assaltos, Leite reforçou: “Ele [governador Jerônimo Rodrigues] não conhece o estado da Bahia? Será que o governador, que é negro, não facilita e não ajuda a população que tem sua maioria negra?”.

A fala do vereador se apega a um estudo recente do UNICEF, que revela que 9 em cada 10 adolescentes e jovens assassinados em Salvador são negros. Em 2023, a Bahia registrou 5.595 homicídios, sendo 1.103 na capital – 42,3% deles vitimaram pessoas com até 24 anos. Desse total, 90% eram negros.

O bairro de Valéria, um dos mais violentos, é foco do relatório, que integra a Agenda Cidade UNICEF, parceria com a Prefeitura. Os números reforçam a urgência apontada por Leite: a segurança pública na Bahia tem cor e endereço.

Encerrando o discurso, o vereador exigiu postura do Executivo estadual: “Vamos deixar de falsidade e conversa fiada. Vamos discutir os problemas reais. O povo não pode continuar sofrendo.”