10 maio 2025
Partido de Elmar
Embora não pretenda deixar o União Brasil, o deputado federal Elmar Nascimento finaliza as articulações em Brasília visando ter um partido para chamar de seu na Bahia. As conversas acontecem com o PRD, o DC, o PMN e o PMB, estando mais adiantadas com o primeiro, conforme rumores que circulam pela Assembleia. Quem deve presidir a sigla no Estado é o ex-vereador de Salvador Adriano Meirelles, hoje ligado ao deputado estadual Marcinho Oliveira, este sim de malas prontas para deixar o União Brasil e migrar para a legenda de Elmar, de quem é liderado.
Majoritária em aberto
Os planos são de eleger no mínimo quatro estaduais e um federal. Outro mandatário da Assembleia que deve ingressar na sigla é Pancadinha (Solidariedade), membro da “bancada” do deputado federal do União Brasil na Casa – o parlamentar nega a mudança, até para não perder os espaços que garantiu junto ao partido no Legislativo estadual. Já o posicionamento sobre a majoritária só deve ser anunciado em 2026. Apesar de Elmar e Marcinho terem se aproximado do governador Jerônimo Rodrigues (PT), não está descartado o apoio a ACM Neto (União) na briga pelo Palácio de Ondina.
Impacto no Paço
As articulações também agitam os corredores da Câmara Municipal de Salvador. Embora não haja em 2026 janela partidária para vereador, alguns edis da base do prefeito Bruno Reis (União) que desejam disputar as próximas eleições manifestaram interesse em participar ou saber mais sobre o projeto partidário de Elmar, a exemplo de Ricardo Almeida (DC), Sidninho (PP) e Débora Santana (PDT). O partido também deve ser oferecido caso o presidente do Legislativo municipal, Carlos Muniz (PSDB), deseje filiar o filho homônimo,apontado como candidato a deputado federal, como já revelou a coluna.
Sinal verde
Coube a Elmar costurar o ingresso do PRD, nascido da fusão entre o Patriota e o PTB, no grupo de ACM Neto e de Bruno Reis. O prefeito, inclusive, indicou o presidente do partido na Bahia – Francisco Elde, chefe de Gabinete do Palácio Thomé de Souza. No pleito de 2024, a agremiação elegeu 70 vereadores, sendo dois na capital e três prefeitos no interior. O deputado federal do União Brasil teria sinal verde da direção nacional para fazer a troca de comando no Estado.
Ironia do destino
Caso se confirme que o PRD será o partido de Elmar, a ironia é que Marcinho Oliveira, às turras com os correligionários da oposição por votar com o governo e participar de eventos de Jerônimo Rodrigues (PT), será candidato em 2026 pela legenda, dona do número 25, que fez história nos tempos do carlismo e dos extintos PFL e DEM. Há cerca de um mês, Marcinho vem dialogando com os comandos estadual e nacional do União Brasil sobre deixar o partido amigavelmente. Em conversas com outros parlamentares, ele descartou que exista possibilidade de ser expulso.
Doações de Roma
O deputado federal capixaba Gilvan da Federal, do PL, não gostou de ser criticado pelo comandante da legenda na Bahia, João Roma, após defender a morte do presidente Lula (PT). Em plenário, ele afirmou que o partido destinou, nas eleições, R$100 mil ao PDT, sigla autora do pedido de inelegibilidade contra Jair Bolsonaro (PL). A coluna apurou que a doação foi feita ao candidato pedetista a prefeito de Irecê, Figueredo Amorim, que já foi do PSB e aliado do PT baiano. O PL botou ainda R$ 20 mil na conta do postulante do PDT a prefeito de Dário Meira, Neilson de Caetano. Ambos foram derrotados nas urnas.
Eles ficam
Nenhum deputado federal do PP da Bahia tem planos de deixar o partido se ocorrer a federação com o União Brasil. Nem mesmo Mário Negromonte Júnior, presidente da sigla no Estado, que confia no insucesso do “casamento” agora ou mais adiante. Cláudio Cajado vai dançar ao som da música que tocar, inclusive em 2026 – apesar de estar dialogando com Jerônimo, ele é próximo de ACM Neto e de Bruno Reis. E João Leão é a favor. “Estou 100% dentro dessa. Essa federação comandada por ACM Neto vai transformar a vida dos baianos”, disse o “bonitão” à coluna.
Convite de Lupi
O deputado estadual Roberto Carlos (PV) foi convidado para retornar ao PDT pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi, principal dirigente do partido. O dirigente deve selar, no início de maio, o retorno da legenda à base do governo baiano. Lupi quer que o parlamentar dispute uma cadeira na Câmara Federal em 2026. Como o PCdoB vetou a candidatura à Câmara do deputado estadual Zó do Sertão (PCdoB), que também tem como principal reduto eleitoral o município de Juazeiro, Roberto deve aceitar o desafio e já recebeu até as bençãos de Jerônimo.
Homenagem em Feira
Depois de embarcar para o sul da Bahia com o objetivo de iniciar, esta semana, uma nova maratona de viagens ao interior, ACM Neto receberá duas homenagens em Feira de Santana. Na noite do dia 8 de maio, ele será agraciado, na Câmara de Vereadores, com o título de cidadão feirense e a entrega da Medalha Maria Quitéria. Haverá, ainda, homenagens ao avô de Neto, o falecido senador ACM, e ao pai, ACM Júnior. Nesta quinta (24), o ex-prefeito da capital embarca para Ilhéus. Desta vez, promete fazer tudo sem correria.
Armadilha da adesão
Prefeitos baianos que integram partidos de oposição na Bahia passaram a ter receio de participar de audiências com Jerônimo em Salvador. A avaliação é que o governo tem forçado demais a barra ao buscar dar uma conotação política e eleitoral aos encontros institucionais, visando atingir ACM Neto. Ontem (22), a prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União), tomou todos os cuidados para não cair na armadilha durante reunião com o governador para tratar de investimentos do Estado no município. Sequer publicou algo sobre a reunião nas redes sociais.
Coelhão de Páscoa
Cercado de policiais, do jeito que ele mais gosta, o vice-governador Geraldo Júnior (MDB) curtiu o feriadão de Páscoa em uma mansão em Praia do Forte, no Litoral Norte da Bahia. Moradores do condomínio Ilha dos Pássaros se assustaram com o porte da escolta, que não costumam ver em nenhum outro lugar da Bahia, nem acompanhando o governador.
Araponga do vice
Falando do ilustre emedebista, a última do seu novo chefe de Gabinete foi pedir, por sua orientação, uma rigorosa investigação na vida pregressa de cada funcionário da Vice-Governadoria, inclusive dos militares. O levantamento visa descobrir informações sobre “quem indicou”, formação acadêmica, relações políticas e familiares e até o que se faz no momento de folga, além, é claro, de “conhecidos na imprensa” – esta última para identificar vazamentos.
Falta de estrutura
Vereadores da capital começaram a se queixar, em conversas entre si, embora timidamente, de Carlos Muniz (PSDB) por conta da falta de resposta da Prefeitura a pedidos por “estrutura” de trabalho nas comunidades. Alguns dizem que o presidente da Câmara lutou para viabilizar os próprios espaços no Executivo, mas teria esquecido de alguns colegas. Além disso, Muniz ainda não substituiu quadros no Legislativo que o auxiliavam na relação com os edis: Carlos Cavalcante, o Leleto, ex-diretor legislativo e que foi para a Assembleia, e Diego Brito, ex-chefe de Gabinete e agora superintendente da Transalvador.
Mosca azul
Onze dos 12 edis da oposição em Camaçari disseram a Flávio Matos, ex-presidente da Câmara de Vereadores e candidato derrotado ao Executivo do município em 2024, que irão cumprir o acordo firmado com o ex-prefeito Antonio Elinaldo (União) para 2026. Ou seja, apoiarão o próprio Elinaldo para a Assembleia e, na corrida pela Câmara Federal, a reeleição de Paulo Azi (União) e a candidatura do deputado estadual Manuel Rocha (União). Na reunião, ocorrida semana passada, não houve adesão a um movimento de Flávio, ‘mordido’ pela mosca azul, visando concorrer a deputado federal.
Rota de colisão
Durante a conversa com os vereadores, que tinha como pauta principal a fiscalização da gestão de Luiz Caetano (PT) em Camaçari, Flávio Matos afirmou que está “ouvindo o povo” sobre 2026, fazendo com que o tema eleitoral fosse colocado na mesa. Reservadamente, o ex-vereador, no entanto, tem dito que não pode ficar “entubado” no próximo pleito após os mais de 77 mil votos que recebeu em 2024. Pelo conflito de interesses, há quem diga que o rompimento entre Flávio e Elinaldo é iminente.
Pitaco
* Secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e deputado estadual licenciado, Ângelo Almeida (PSB) foi escalado para facilitar a aproximação política do governo com a prefeita de Morro do Chapéu, Juliana Araújo (PDT).
* Juliana é a única prefeita pedetista que ainda tem resistência à adesão do partido à base de Jerônimo. Ela é filha do vice-presidente estadual do PDT, o ex-deputado federal José Carlos Araújo, muito próximo de ACM Neto.
* “O convite já fizemos. E vamos seguir fazendo. Juliana é uma das prefeitas mais qualificadas e competentes da Bahia”, disse Ângelo à coluna. O secretário tem uma relação próxima com a gestora.
* Em conversa com a coluna, o deputado estadual Pancadinha (Solidariedade) minimizou a decisão do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD), de lançar a primeira-dama do município, Andrea Castro, como candidata à Assembleia.
* “Para mim é bom, porque assim temos mais mulheres na política da região”, disse o parlamentar, que foi candidato a prefeito de Itabuna em 2024 e perdeu para o reeleito Augusto. Em 2026, tudo indica que a família Castro deixe Pancadinha sem mandato.
* Líder do governo na Assembleia, o petista Rosemberg Pinto tentou “ressuscitar” uma candidatura à reeleição de Éden Valadares à presidência do PT da Bahia, mas a ideia não vingou nem mesmo no grupo do dirigente.
* Mas o objetivo de Rosemberg seria outro: conseguir apoio para lançar ao comando do PT baiano a candidatura da presidente da CUT no Estado, Leninha Valente. O plano, tudo indica, não vingou.
* Após uma briga que envolveu até medida protetiva judicial, a vereadora de Salvador Marcelle Moraes (União) e o irmão, o ex-vereador e ex-deputado estadual Marcell Moraes (PSDB), fizeram as pazes.
* Entretanto, a reaproximação não significa que caminharão juntos na política. “Somos irmãos, e deixei as diferenças de lado por conta da minha mãe. Marcell tem os projetos dele e eu tenho os meus, de forma independente”, disse Marcelle.
* Marcell não descartou apoiar a irmã caso ela seja candidata em 2026. “Marcelle pode sair para federal e Carol dos Animais (PSDB), que apoiei para vereadora, pode ser estadual, ou vice-versa. Eu só serei candidato se for a governador ou a senador”, garantiu.