12 maio 2025
A reação à crise do INSS que explodiu com descontos não autorizados em aposentadorias e pensões foi discutida nas primeiras horas da manhã de quarta (23) no Palácio do Planalto.
Logo cedo, e na sequência da operação da PF e da CGU que cumpriu 211 mandados judiciais de busca e apreensão, o presidente Lula convocou os ministros da Justiça, Ricardo Lewandowski, da Controladoria-Geral da União, Vinicius Marques de Carvalho, da Previdência, Carlos Lupi, e o superintendente da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, para uma reunião de emergência com o ministro de Comunicação, Sidônio Palmeira.
A ideia era elaborar um discurso unificado para enfrentar a crise de modo a não gerar ainda mais ruído em torno dela. Discutiu-se o formato em que o governo daria explicações: se por meio de uma nota, ou de entrevistas.
A decisão foi pela entrevista coletiva, dada a gravidade e o potencial de estrago do escândalo, que atinge milhões de beneficiários.
Depois disso, surgiu a segunda dúvida: o ministro Lupi deveria ou não participar da coletiva, já que a cúpula do INSS, subordinada à sua pasta, havia sido atingida diretamente pelas denúncias?
A conclusão foi a de que, se ele não fosse, seria considerado automaticamente suspeito.
Lupi foi —mas teve um comportamento defensivo que destoava do tom incisivo adotado por Lewandowski, Vinicius de Carvalho e Andrei Rodrigues.
Horas depois, por determinação de Lula, o ministro anunciou a demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Mônica Bergamo/Folhapress