Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo
O ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) 28 de maio de 2025 | 17:30

Brasil gera 257,5 mil empregos formais no mês de abril; saldo é o melhor registrado desde 2020

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O mercado de trabalho formal brasileiro gerou 257,5 mil vagas em abril, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado foi fruto de 2,3 milhões de admissões e 2 milhões de desligamentos.

A diferença entre contratações e demissões no quarto mês do ano foi o melhor na série histórica do novo Caged, iniciada em 2020, quando as estatísticas passaram a considerar os dados do eSocial, o sistema de escrituração de informações trabalhistas e previdenciárias.

No acumulado do primeiro quadrimestre de 2025, o país criou 922,4 mil postos de trabalho, abaixo do registrado no mesmo período de 2024 (965,8 mil novos postos).

Baseado nessa queda de 4,5% na comparação entre o período de janeiro a abril de 2024 e os mesmos meses deste ano, o ministro Luiz Marinho criticou a política de juros do Banco Central em coletiva de imprensa realizada para comentar o resultado.

“[Neste ano] devemos gerar um pouco menos de emprego do que no ano passado. Quem sabe o BC escuta isso e pode parar de subir juros. Estamos fazendo quase que um milagre para segurar a economia funcionando e gerando novos empregos porque juros estão excessivamente elevados”, afirmou.

“Em algum momento podemos perder capacidade de segurar o desempenho da economia” acrescentou.

Os cinco grandes setores tiveram resultados positivos em abril. O setor de serviços concentrou boa parte da geração de vagas no mês, com 136,1 mil postos de trabalho. No comércio, o saldo ficou em 48 mil empregos formais.

Já na indústria, o resultado positivo foi de 35,1 mil. Completam a lista a construção civil (34,3 mil) e a agropecuária (4.000).

Todos os estados tiveram geração líquida de vagas em abril. Em números absolutos, o primeiro lugar foi de São Paulo, com 72,3 mil postos, seguidos por Minas Gerais, com 29,1 mil, e o Rio de Janeiro, com 20 mil.

O salário médio real na contratação, em abril, foi de R$ 2.251,81 acima dos R$ 2.235,85 do mês anterior.

O ministro foi questionado sobre a repercussão negativa da decisão do Ministério da Fazenda de aumentar o IOF. Marinho disse que não tinha se aprofundado sobre o tema, mas alertou de que o governo precisa de recursos para tocar suas atribuições.

“Equilíbrio do orçamento passa por quantidade de demandas das emendas parlamentares. Temos que olhar para a fruta inteira, não só um pedaço” avaliou.

“É preciso que economia continue funcionando, para isso é preciso que governo cumpra seus compromissos, inclusive pagamento dos juros. É preciso de receitas e se tem um lado consumindo, é preciso ver como diminuir as despesas”, continuou.

Marinho também foi questionado sobre as mudanças nas regras do Programa de Alimentação do Trabalhador. Segundo ele, as mudanças planejadas pelo governo ainda não foram anunciadas por problemas de agenda entre as pessoas que vão decidir a questão. Para ele, a decisão precisa sair até o fim de junho.

Lucas Marchesini/Folhapress
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