Chapas de Jonas Paulo e Elen Coutinho se unem pela presidência do PT e criticam atual condução do partido na Bahia

Em um movimento de disputa pela presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) na Bahia, as chapas “Construindo um Novo Brasil” (CNB) e “Coletivo Avante” anunciaram, nesta quinta-feira (22), uma aliança para apresentar uma candidatura única. O anúncio foi feito durante um almoço com lideranças políticas e representantes da imprensa, em Salvador.

Pela nova composição, o ex-presidente estadual do PT, Jonas Paulo, indicado pela CNB, e a militante do Coletivo Avante, Elen Coutinho, que também pleiteava a presidência, unificaram suas candidaturas em torno de um projeto comum. Elen aceitou apoiar Jonas, contando que cada um pudesse presidir o partido por dois anos.

Durante o evento, Elen Coutinho destacou que o principal objetivo da união é promover uma renovação profunda no partido, tanto na prática política quanto na relação com a base petista. Segundo ela, há um sentimento crescente de insatisfação no interior do estado com os rumos do partido.

“O que o PT precisa é renovação política. Renovação que tem a ver com prática, com formação, com sua base. Cada lugar que a gente anda no interior do estado as pessoas reclamam, que se sentem abandonadas. Falam que a sua direção não defende o Partido dos Trabalhadores. É isso que a gente ouve da militância do PT. Precisamos ajudar os nossos diretórios municipais a reconstruir”, afirmou.

Elen também fez críticas ao modelo atual de escolha das lideranças, defendendo maior participação da militância e dos diretórios municipais no processo decisório. “Os últimos seis anos enfraqueceram este partido. Não estava certo qualquer liderança política maior do PT escolher a presidência do PT. Não está certo este método. A gente não precisa desse presidencialismo que deixa os diretórios municipais fora do processo”, destacou.

A militante reforçou ainda o simbolismo da sua candidatura, especialmente no que representa para a luta antirracista e feminista dentro do partido. “Para a gente é um grande gesto. O gesto que vai levar finalmente uma mulher negra a presidir o partido. O que nos une hoje é a política, é a defesa do PT. Vamos devolver o partido para a militância dele”, completou.

A fusão das chapas CNB e Coletivo Avante deve impactar diretamente a correlação de forças internas no PT baiano, com a perspectiva de uma eleição mais polarizada e marcada pelo debate sobre a condução do partido nos próximos anos. O Processo de Eleição Direta (PED) do Partido dos Trabalhadores acontece em julho.