Foto: Jefferson Rudy / Agência Senado
Senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) 26 de maio de 2025 | 10:32

Ciro Nogueira diz que UP não tem identidade com governo Lula e defende desembarque

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O senador Ciro Nogueira (Progressistas-PI) defendeu a saída do partido da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e prometeu sugerir o desembarque após a oficialização da federação com o União Brasil. Para ele, não há sentido a manutenção das legendas ao lado do Palácio do Planalto.

Um dos líderes da oposição no Congresso Nacional, Nogueira justificou que a minoria dos parlamentares das duas bancadas estão ao lado de Lula no Legislativo. Para o senador, a federação deve aderir ao bloco da oposição, mas garantiu a aprovação de pautas de interesse nacional.

“Minha posição pessoal, e acho que há aceitação do Rueda, é levar às bancadas a decisão de sair do governo. Não faz sentido, se você não vai estar com o partido no próximo ano, ficar num governo com o qual não temos identidade. Mas isso não é decisão só minha ou do Rueda, precisamos aprovar no diretório”, disse.

“Acho que a federação tem que fazer oposição ao governo e não ao Brasil. Nunca deixei de me sentar com o ministro Haddad para discutir pautas importantes para o país. Não seremos como o PT do passado, que era oposição por ser oposição a tudo. Queremos discutir o país, acho que ainda temos, infelizmente, mais um ano e meio de governo do PT, e não temos perfil para tirar o presidente Lula do poder, como fizemos com a Dilma. Lula tem um piso eleitoral que inviabiliza qualquer troca. Então, temos a responsabilidade de fazer o país seguir em frente, melhorar a vida das pessoas, mas fazendo oposição ao governo, não ao Brasil”, ressaltou.

Ciro Nogueira é presidente nacional do Progressistas, partido que comanda o Ministério dos Esportes, que tem André Fufuca como ministro. O partido aderiu ao bloco governista no fim de 2023, após uma articulação do então presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (Progressistas-AL), um dos maiores aliados do senador.

Nogueira, no entanto, seguiu do lado contrário e se manteve como um dos líderes da oposição, um contraponto ao seu histórico de participar da ala do Centrão. Atualmente, o parlamentar é um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem foi ministro da Casa Civil no fim do mandato.

Já o União Brasil, partido com quem o Progressistas anunciou a federação no mês passado, conta com Celso Sabino no Ministério do Turismo. Outras duas pastas (Desenvolvimento Regional e Comunicações) têm indicação direta de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado.

O presidente do Progressistas reforçou que a federação já fechou questão para não apoiar Lula em 2026 e que a tendência é que acompanhe a indicação de Bolsonaro. No atual cenário, ao menos cinco candidatos disputam o espólio do ex-presidente, inelegível até 2030 e alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de participar do roteiro do golpe de Estado.

Ciro evitou cravar nomes, mas disse que o espólio do bolsonarismo tem capacidade de alavancar qualquer candidato. Para o senador, a derrota da direita nas eleições de 2026 só deve acontecer caso aconteça alguma tragédia durante a campanha.

“Nós já tomamos a decisão de não apoiar o PT em 2026. Isso é impossível. Se não vamos apoiar o PT, teremos que ir para uma candidatura de centro ou centro-direita, que é o que defendemos”, afirmou.

“Eu acho que nós temos hoje a chance de ganhar a eleição do centro e da direita, é uma chance completamente viabilizada. Eu acho muito difícil, nós precisaríamos errar muito nessa eleição para perder a próxima eleição. Porque nós temos o melhor momento do centro e da direita no nosso país e o Partido dos Trabalhadores e o presidente Lula estão no seu pior momento”, concluiu.

O parlamentar evitou cravar nomes, mas vê potencial em Michelle Bolsonaro e no governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos). Ele também não descartou outros nomes, como os filhos de Jair Bolsonaro e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que já lançou sua pré-candidatura ao Planalto.

“Qualquer candidato que ele apoie vai de 1% para 30% nas pesquisas. Se isso não ocorrer, a escolha será dele. Temos nomes fortes: Tarcísio, Michele, Eduardo, Flávio, Ratinho, Caiado, Zema e Tereza. Quem tiver maior identificação com nosso projeto terá meu apoio”, reforçou.

“Michele não tem experiência, mas tem capital político. Tarcísio é um gestor competente. O decisivo será o apoio do Bolsonaro”.

Com informações do Isto É
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