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O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar 22 de maio de 2025 | 15:13

Deyvid Bacelar afirma que negociações pela recompra de refinaria na Bahia estão travadas por impasse no valor

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O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, afirmou nesta quinta-feira (22), em conversa com este Política Livre, que as negociações entre a Petrobras e o fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos, para uma possível recompra da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), atual Refinaria de Mataripe, seguem travadas. Segundo ele, o principal entrave é a diferença entre os valores solicitados pelo fundo árabe e os parâmetros de mercado avaliados na época da privatização.

“Essa é uma cobrança antiga da FUP, do Sindicato dos Petroleiros da Bahia e inclusive do próprio Partido dos Trabalhadores. O programa de governo do presidente Lula vislumbrava a reaquisição de ativos estratégicos que foram privatizados no governo Bolsonaro, e a refinaria da Bahia está entre eles”, afirmou Bacelar.

De acordo com Bacelar, atualmente o fundo estaria exigindo um valor superior ao pago na compra, o que tem dificultado o avanço das tratativas. “Hoje, com o barril de petróleo cotado a cerca de US$ 60 e a refinaria operando com 63% a 65% da sua capacidade, o valuation é menor do que em 2021. Então, é preciso chegar a um denominador comum”, explica.

O coordenador da FUP destaca ainda que o fundo Mubadala enfrenta dificuldades operacionais. “Eles estão tendo prejuízo, precisam importar petróleo dos Emirados, com custos logísticos elevados, tarifas, e ainda sofrem a concorrência da Petrobras no norte e sudoeste da Bahia, com as refinarias de Pernambuco e Minas Gerais, respectivamente.”

Além das questões econômicas, a baixa utilização da refinaria estariam gerando impactos fiscais para o estado. Segundo Bacelar, a arrecadação de ICMS caiu drasticamente. “O governador Jerônimo já alertou sobre isso. São cerca de R$ 500 milhões por mês a menos no caixa da Bahia, por conta da subutilização da refinaria após a privatização.”

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