3 junho 2025
O ex-deputado José Dirceu declarou apoio ao ex-ministro Edinho Silva para a presidência nacional do PT em carta aberta à militância, divulgada nesta segunda-feira (26).
“Edinho tem uma vasta experiência na direção do PT e nos governos que dirigiu e participou”, afirma o ex-ministro-chefe da Casa Civil do primeiro governo Lula (PT). “Conhece o mundo parlamentar e vem de uma vida de lutas, nas pastorais da juventude e operária da Igreja Católica.”
Edinho foi chancelado pela CNB (Construindo um Novo Brasil) na semana passada. Em reunião no diretório nacional em Brasília, a corrente majoritária do PT fechou com seu nome praticamente por unanimidade, ainda mais após a desistência do prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá.
Edinho tem o apoio informal do presidente Lula. Embora ele não interfira na disputa diretamente, já deixou claro a aliados que o ex-ministro de Dilma Rousseff (PT) é seu favorito ao Planalto e colocou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, presidente do partido até este ano, para ajudar nesta interlocução.
Na carta, Dirceu fala em “unificar a esquerda”, mas acena para o centro, como tem feito Edinho. “A conjuntura e as condições que governamos exigem de nós a capacidade de fazer alianças mais amplas que a centro-esquerda”, diz o ex-articulador de Lula.
Na outra ponta, Dirceu reforça ainda pautas antigas do PT. Ele fala em enfrentar o bolsonarismo e o “neofascismo”, sem perder de vistas pautas do atual governo Lula, como taxação de grandes fortunas, revisão do Imposto de Renda e reforma agrária.
“Ao PT e às esquerdas resta a tarefa histórica de concluir a revolução social brasileira inacabada”, afirma Dirceu. “Exige duas condições: a soberania e independência nacional, de um lado, e a democracia, de outro, num mundo onde precisamos ter lado, lutar contra a extrema-direita e o neofascismo.”
O principal adversário de Edinho é o deputado Rui Falcão (PT-SP), ex-presidente do partido. Rui tem contestado a “institucionalização” da chapa do ex-prefeito de Araraquara (SP), com apoio do Planalto, e pregado, por sua vez, uma ida mais à esquerda do partido.
Lucas Borges Teixeira / Folhapress