30 maio 2025
Os economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram pela primeira vez no ano a previsão da taxa básica de juros (Selic) em 2025.
As estimativas para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e dólar também foram diminuídas, enquanto a do PIB (Produto Interno Bruto) foi mantida para este ano. É o que revela o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (4) pelo BC.
O levantamento mostra que houve uma diminuição na expectativa para a taxa básica de juros neste ano. A mediana das projeções para a Selic em 2025 é de 14,75%, na primeira queda depois de 16 semanas com a expectativa de 15%, enquanto para 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,5% (é a 14ª semana com a projeção).
Nesta quarta e quinta-feira (6 e 7), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central volta a se reunir. A taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano desde março, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT).
Segundo o Boletim Focus, a expectativa é de que a taxa de juros tenha um aumento de 0,5% e chegue a 14,75% nos encontros do Copom nesta semana.
No comunicado, lançado à época da última reunião, o comitê sinalizou que os juros continuarão subindo, e que pretende fazer uma nova alta de menor intensidade. Apesar da indicação, o Copom evitou se comprometer com um ritmo específico de ajuste.
O levantamento também projetou nova queda para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que deve ter 5,53% ao fim deste ano nas perspectivas dos analistas. A previsão para 2026 se manteve em 4,51%
Na última semana, a previsão para 2025 já havia ficado em 5,55%, na segunda queda da projeção no ano. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A estimativa para o PIB se manteve pela segunda semana em 2% para 2025 e 1,7% para 2026. As taxas subiram há duas semanas e foram mantidas mais uma vez.
No câmbio, houve também uma queda na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$ 5,86. A projeção para 2026 também teve queda e foi para R$ 5,91, ante R$ 5,95 na semana anterior.
O índice tem acompanhado a guerra tarifária gerada pelo governo de Donald Trump nas últimas semanas. Na última quinta (1), a China disse que os EUA entraram em contato sobre tarifas e que avaliava negociar um acordo com Trump.
Na sexta (2), dados do Departamento do Trabalho dos EUA mostraram que houve uma desaceleração marginal na criação de vagas de emprego no país em abril, o que reforçou a resiliência da economia americana. Como resultado, o dólar fechou em queda, a R$ 5,654.
O Boletim Focus reúne previsões de uma centena de economistas e é divulgado semanalmente pelo Banco Central.
Matheus dos Santos/Folhapress