5 junho 2025
Em café da manhã com vereadores aliados, nesta quarta-feira (28), no Palácio Thomé de Souza, o prefeito Bruno Reis (União) prometeu punir com rigor os servidores municipais que participaram da invasão e dos atos de violência e vandalismo no Centro Cultural da Câmara, na última quinta-feira (22), durante a votação do projeto de reajuste salarial do funcionalismo público. Ele se solidarizou e agradeceu pelo empenho e união da base na defesa da aprovação da proposta, apesar de toda a tensão
“Foi uma oportunidade na qual o prefeito fez um agradecimento pela condução dos vereadores que lhe dão sustentação, principalmente nesse momento de dificuldade que a Câmara enfrentou com os fatos lamentáveis da quinta-feira. Vamos seguir com nosso trabalho e a Câmara, assim como a Prefeitura, está atuando para que os culpados por esses atos sejam punidos dentro da lei, seja quem for”, disse o presidente da Câmara, Carlos Muniz (PSDB).
Vereadores relataram casos de abuso cometidos inclusive por guardas civis municipais armados, que, segundo os edis, atuaram com o objetivo de tentar impedir a prisão do diretor licenciado do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindeps), Bruno Carianha, um dos líderes da manifestação. Guardas teriam ainda agredido policiais militantes e um deles chegou a tentar entrar na viatura em que o sindicalista foi conduzido à delegacia, conforme comprovado em vídeo.
“Cobramos ao prefeito a punição de guardas civis que estavam escoltando o Bruno Carianha e entraram até em conflito com a PM. Ouvimos vários policiais relatarem que havia muitos manifestantes armados, ou seja, poderia ter ocorrido uma verdadeira tragédia na Câmara. É preciso que os todos os servidores flagrados participando desses atos de violência sejam punidos nas esferas administrativa e penal”, afirmou o vereador Daniel Alves (PSDB).
Os vereadores afirmaram que a Câmara também tomará providências contra os servidores da Casa e até políticos que abusaram das prerrogativas e incentivaram atos de violência e vandalismo. Na terça-feira (27), um grupo de edis esteve na Assembleia Legislativa para protocolar uma representação contra o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL), acusado de ser um dos líderes da invasão (clique aqui para ler). O psolista, no entanto, nega que tenha cometido qualquer irregularidade (clique aqui para ler).
Além disso, o vereador Hamilton Assis (PSOL) deverá ser alvo de uma ação por quebra de decoro parlamentar. Embora tenha chegado no Centro Cultural da Câmara após o início da confusão, o psolista é apontado por vereadores da situação como outro líder dos atos.
“O Hamilton foi na delegacia para a soltura do Bruno Carianha. A situação dele é hoje muito delicada na Câmara. Por conta desses atos liderados por ele, já tem colega defendendo que haja uma vistoria na entrada da Casa para que ninguém entre armado, inclusive para fiscalizar o acesso dos próprios vereadores Outros contrataram segurança, como foi o caso de Marcelle Moraes (União). Tivemos vereador mordido, como foi o caso de Sidninho (PP). Temos que ser rigorosos”, defendeu o vereador Maurício Trindade (PP).
A Câmara Municipal estuda também fazer representações ao Ministério Público da Bahia contra Hilton Coelho, Hamilton Assis e o professor Kleber Rosa (PSOL), que também esteve presente ao lado dos sindicalistas na quinta-feira. A Casa faz uma análise dos vídeos obtidos pelas câmeras de segurança para uma apuração mais detalhada.
Reajuste dos professores
A exemplo da coletiva concedida na terça-feira (27) à imprensa, Bruno Reis fez aos vereadores, durante o café da manhã, uma exposição sobre os impactos do reajuste concedido pela Prefeitura aos professores, que seguem em greve. Ele ressaltou que depois da aprovação do projeto nenhum docente na cidade ganhará abaixo do piso nacional a partir de junho.
“O prefeito mostrou que apenas 838 professores não ganhavam o piso, considerando o vencimento e o somatório das gratificações, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). A partir da aprovação do projeto, na quinta, isso foi zerado. Ou seja, acabou o discurso da APLB, que tem agido nitidamente de forma política, com dois pesos e duas medidas em relação ao Estado, de que a Prefeitura não paga o piso”, afirmou o vereador Cláudio Tinoco (União).