Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Lula (PT) empossa Márcia Lopes como ministra das Mulheres no lugar de Cida Gonçalves 05 de maio de 2025 | 20:36

Escolha de Lula para Ministério das Mulheres enterra expectativa do Centrão por novas mudanças

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A escolha de Márcia Lopes para o Ministério das Mulheres enterrou de vez a expectativa do Centrão por mudanças mais significativas na Esplanada que atendessem aos partidos da base aliada. A reforma ministerial se arrasta há meses, e até agora a maior parte das trocas envolveu o próprio PT.

Havia no grupo político que dá as cartas no Congresso uma avaliação de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deslocaria Luciana Santos da Ciência e Tecnologia para o lugar de Cida Gonçalves, o que abriria a pasta da ministra do PCdoB para negociação.

O governo chegou a cogitar a entrega do Ministério de Ciência e Tecnologia para o PSD, que exigia uma pasta com orçamento mais robusto que a da Pesca, ocupada hoje por André de Paula, do partido de Gilberto Kassab.

Outra opção era transferir para Ciência e Tecnologia o atual ministro do Turismo, Celso Sabino, do União Brasil, o que abriria espaço para o PSD na pasta.

Com a demora de Lula em concretizar a reforma ministerial, contudo, o próprio PSD passou a sinalizar que nem faz mais questão de comandar o Turismo.

A um ano e meio das eleições, os partidos também teriam dificuldades em fazer indicações políticas aos ministérios, já que deputados e senadores que pretendem concorrer ano que vem teriam pouco tempo de atuação nas pastas – o prazo de descompatibilização do governo para quem vai disputar cargo eletivo é até abril do ano que vem.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), contudo, escancarou uma nova estratégia: fez uma indicação técnica, mas com influência política, para o Ministério das Comunicações, após o líder do partido na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA) recusar o posto – que havia ficado vago com a demissão de Juscelino Filho, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PRG) por desvio de emendas revelado pelo Estadão.

Antes de trocar Cida Gonçalves por Márcia Lopes, Lula fez mudanças pontuais nos ministérios, quase todas envolvendo seu próprio partido.

Gleisi Hoffmann deixou a presidência do PT para comandar a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) no lugar do petista Alexandre Padilha, que substituiu Nísia Trindade na Saúde; Sidônio Palmeira, do PT da Bahia, assumiu o posto de Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul, na Secretaria de Comunicação Social (Secom); e, mais recentemente, Carlos Lupi foi sucedido por Wolney Queiroz, após o escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – os dois são do PDT.

Iander Porcella/Estadão
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