1 junho 2025
O empresário Joesley Batista, acionista da J&F, está negociando a compra de ativos pertencentes ao banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. Pessoas a par do tema informaram à reportagem, na condição de anonimato, que essa possibilidade está na mesa de negociação.
A operação pode envolver a compra de determinados ativos pessoais de Vorcaro e uma parte da fatia que não interessou ao BRB (Banco de Brasília) na operação com o Master.
O contato de Joesley com Vorcaro está sendo intermediado por Renato Azevedo, que é sócio-fundador e CEO da Latache Capital, de acordo com duas pessoas que conhecem as negociações.
Entre os ativos de interesse de Joesley, estão precatórios e pré-precatórios (títulos de dívidas judiciais) que estão no chamado “bad bank” (“banco ruim”), que não será adquirido pelo BRB.
Uma pessoa a par do tema disse que Joesley está interessado, mas o apetite por esses ativos está mesmo com o banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual.
A operação de venda do Master ao BRB depende ainda de aprovação do Banco Central, que analisa o negócio como um todo, incluída a fatia do banco de Vorcaro que não irá para o banco do governo do Distrito Federal.
Em pleno feriado do Dia do Trabalhador, o presidente do Banco Central, Gabriel Galipolo, marcou uma reunião com Joesley Batista.
O diretor de fiscalização do BC, Aílton De Aquino Santos, também participa da reunião, na sede do Banco Central. A família Batista é dona do PicPay e do Banco Original. O encontro estava marcado para as 15h.
No último dia 17 de abril, Joesley e seu irmão e sócio, Wesley Batista, também se reuniram com Galípolo, em Brasília.
A reunião chama a atenção de integrantes do mercado bancário por acontecer em meio às negociações sobre o Master.
Em várias ocasiões desde o anúncio da venda do Master para o BRB, Vorcaro, disse a interlocutores que estava procurando um investidor (bancos e fundos) para vender uma parte ou toda a fatia de ativos remanescentes.
Na agenda oficial do BC, o tema apontado para a reunião é assuntos institucionais. Procuradas as assessorias do BC e da J&F, não responderam ao pedido de informações da reportagem.
Adriana Fernandes/Folhapress