18 maio 2025
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assinou nesta sexta-feira (9) sua ficha de filiação ao PSD e se colocou à disposição para ser presidenciável pelo partido em 2026. Ele deixa o PSDB após 24 anos filiado à legenda, que prepara uma fusão com o Podemos.
“É para pensar o Brasil, para termos um projeto para o Brasil, para a superação de uma polarização. E me disponho vivamente a liderá-lo com muita responsabilidade”, disse em sua primeira declaração pela sigla.
O governador do Paraná, Ratinho Jr., já havia manifestado o interesse de concorrer, pelo PSD, à Presidência da República no próximo ano. Apesar disso, o governador gaúcho disse já ter conversado com o colega e não ter a pretensão de confrontá-lo.
“Quero dizer aqui que tenho pelo governador Ratinho, meu colega, governador da região Sul, enorme respeito e admiração, e mesmo por isso não procuraria ser de qualquer maneira, a qualquer custo, ser candidato para liderar um projeto nacional concorrendo com quem eu tenho muita convergência. Por isso mesmo venho para o PSD, é para construirmos juntos”.
“Já disputei prévias no passado. Eu não venho para cá com desejo de prévias, tenho absoluta convicção de que temos capacidade de entender o momento adequado para escolher um quadro”, complementou.
Ele também observou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria um nome a quem ele apoiaria para o Palácio do Planalto caso o partido achasse melhor não lançar uma candidatura própria. Caso não saia ao governo federal, o ex-tucano disse não descartar se candidatar ao Senado.
“Se não for a Presidência, pode ser o Senado, sim. Tenho essa disposição de uma contribuição com candidatura ao Senado”, disse.
Embora defenda que Tarcísio tente a reeleição, o presidente do PSD e secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, afirmou que o partido estaria ao lado do governador de São Paulo caso ele se candidatasse à Presidência. “Caso o governador seja candidato, se coloque à disposição [para sair à Presidência], será mais do que natural apoiá-lo”, afirmou.
Durante o evento de filiação, tanto Leite quanto outros quadros do PSD traçaram paralelos entre o partido e o PSDB. “Na nossa fase de fundação, tínhamos o PSDB como principal partido”, disse Kassab.
Dois ex-tucanos que migraram para o PSD deram as boas-vindas a Leite: o vice-governador paulista, Felício Ramuth, e o ex-ministro Andrea Matarazzo. O próprio governador gaúcho disse que escolheu o PSD por perceber, no partido, um sentimento “muito semelhante ao do PSDB de antes”.
Ele acrescentou ter defendido que a fusão dos tucanos fosse com o PSD, e não com o Podemos, como aprovado pela executiva nacional ao fim do mês passado. Apesar disso, Leite disse ter votado a favor da união.
“Na reunião de executiva manifestei meu voto favorável porque entendia que era um movimento melhor a todos, mesmo tendo um entendimento diferente”, declarou.
Participaram do evento Felício Ramuth; o secretário estadual de Projetos Estratégicos, Afif Domingos; os deputados federais Antônio Brito e Saulo Pedroso (SP); o vereador paulistano Thammy Miranda; o prefeito de Guarulhos, Guti; e outros quadros como Heráclito Fortes, Alda Marco Antônio, Andrea Matarazzo e o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah.
Com a filiação de Leite, o PSD fica com quatro governadores. O partido conta com 45 deputados federais, 14 senadores e é a sigla com mais municípios sob o seu comando, com quase 900 prefeituras.
O deputado Saulo Pedroso recorreu a uma metáfora futebolística para elogiar a “boa fase” do PSD, se referindo a um time europeu conhecido por boas contratações: “É o Real Madrid da política”.
Juliana Arreguy/Folhapress