26 junho 2025
O anúncio de que o governo de Donald Trump vai restringir o acesso aos EUA de estrangeiros que o governo avaliar como “responsáveis por censurar empresas ou cidadãos norte-americanos” foi considerado genérico e muito aquém do que o previsto por bolsonaristas que alardeavam que as sanções seriam duras.
Um integrante da diplomacia brasileira afirmou à coluna que a medida é “muito diferente da hecatombe que vendeu o 03”, referindo-se ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), o terceiro filho de Jair Bolsonaro (PL).
O parlamentar e aliados do ex-presidente nos EUA têm a expectativa de que o presidente norte-americano Donald Trump assine um decreto aplicando sanções muito mais duras e objetivas a Alexandre de Moraes e a outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da chamada Lei Magnitsky.
Por essa ação, Moraes e os demais receberiam sanção da Ofac, Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, que pertence ao Departamento do Tesouro dos EUA.
Eventuais bens que eles mantivessem nos EUA seriam bloqueados e haveria restrições em transações com instituições americanas.
A ameaça de não conceder visto foi considerada irrisória, sem qualquer reflexo na vida prática de Alexandre de Moraes, que não tem bens nos EUA nem qualquer plano de visitar o país.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse na manhã desta quarta-feira (28) que a concessão de vistos é uma decisão soberana de cada país e que governos não precisam “dar explicação” sobre o assunto.
A ação do governo norte-americano contra o STF é considerada pela diplomacia e pelo governo Lula como uma tentativa das big techs de evitar que sejam regulamentadas no Brasil.
Ministros do STF e o próprio presidente Lula já manifestaram a opinião de que elas precisam cumprir determinadas regras para disseminar conteúdo no país.
Em conversa com o líder chinês Xi Jinping neste mês, Lula e a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, reclamaram do TikTok. E ela fez um relato detalhado de uma menina de 8 anos que morreu de parada cardíaca ao entrar no desafio do desodorante, que circula na plataforma.
Mônica Bergamo, Folhapress