3 junho 2025
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), classificou nesta quarta-feira (28) o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) como infeliz, mas disse que a derrubada da medida não seria boa para o país.
Motta defendeu que houvesse um debate “mais estrutural”, como com o grupo de trabalho da reforma administrativa, oficialmente criado nesta quarta.
Disse, porém, que terá uma posição sobre o PDL (Projeto de Decreto Legislativo) que susta a medida do governo Lula (PT) após reunião com Fernando Haddad (Fazenda) e Davi Alcolumbre, presidente do Senado, na noite desta quarta.
“Ontem eu conversava com lideranças da oposição e dizia que não é só pontual, na minha avaliação, bom para o país discutirmos a derrubada dessa medida. Precisamos avançar num debate estrutural, ter aqui uma ampla discussão sobre questões necessárias para o país e parece não terem sido colocadas como prioridade nessa casa”, disse Motta, pouco antes de deixar o plenário da casa para a reunião.
“Essa presidência tem se esforçado em conseguir avançar em pautas positivas para o país, como o grupo de trabalho da eficiência da máquina pública, reforma administrativa. Essa é uma medida que penso ser urgente para o país, como tantas outras que penso que podem vir em substituição a essa infeliz medida que o governo adotou”, completou.
Motta ponderou que a construção de uma solução deve ser feita com o Senado Federal, e por isso a participação de Alcolumbre na reunião. O presidente também manteve a reunião de líderes para a manhã de quinta-feira (29).
Após reunião com a oposição na terça, ele disse que levará a discussão sobre pautar o PDL para a reunião de líderes.
Implementado na semana passada, esse aumento do IOF vem sendo alvo de críticas de setores empresariais e de parlamentares. Na Câmara, até mesmo partidos que integram a base aliada do governo indicaram que poderiam votar favorável ao PDL —foram protocolados mais de 20 projetos desse tipo que miram sustar o decreto do Executivo.
A ideia do encontro entre as autoridades nesta quarta é que possam ser discutidas alternativas ao texto e, assim, evitar que os parlamentares aprovem um projeto que suste os efeitos da norma do Executivo, impondo uma nova derrota ao governo federal.
Marianna Holanda/Folhapress