16 maio 2025
O líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Rosemberg Pinto (PT), não perdeu a oportunidade de alfinetar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), no episódio da saída do PDT da base da Prefeitura de Salvador.
O anúncio oficial do retorno do PDT ao ninho de Jerônimo Rodrigues (PT) ocorreu na última quarta-feira (30), num concorrido ato que contou com a presença de prefeitos e lideranças do partido em toda a Bahia.
Na avaliação de Rosemberg, essa é mais uma importante baixa na oposição que vai minar o projeto de ACM Neto de disputar o governo do Estado em 2026. “O PDT estava na base do ex-prefeito de Salvador, com cargos inclusive, e a saída deles é natural que fragilize lá e, naturalmente, fortaleça a base do governador Jerônimo Rodrigues”, disse.
Vale lembrar que a relação entre o vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, e o cacique do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, não era muito amistosa. A fratura se acentuou em 2024 com a saída da prefeita de Lauro de Freitas, Débora Régis (União Brasil), à época vereadora, do PDT, numa manobra capitaneada por ACM Neto.
Durante o evento da última quarta, Félix Mendonça criticou a postura do líder da oposição, ao qual chamou de “centralizador”.
Cenário de 2026
Outro ponto trazido por Rosemberg Pinto na entrevista a este *Política Livre* foi o fato de ACM Neto ter chamado os prefeitos que estão abandonando o seu projeto político e migrando para base de Jerônimo Rodrigues de “traidores”. O ex-prefeito de Salvador deu a declaração, no último sábado (26), durante entrevista a um programa de rádio em Ilhéus, no sul do Estado.
“A agenda de ACM Neto no litoral sul é uma demonstração de que a disputa já começou e há um certo afastamento da base que o apoiava, uma vez que em Ilhéus ele tinha uma expectativa de se reunir com grandes lideranças, o que não aconteceu. Ia fazer uma visita a diversos municípios e não aconteceu, deu uma entrevista chamando os prefeitos de ‘traidores’. Acho que não é de boa manifestação para quem quer ser candidato, mas é a sua postura de arrogância, de achar que as pessoas têm que seguir a sua opinião. E por isso, ele chama os prefeitos de ‘traidores’, quando os prefeitos na realidade buscaram guarida em outras visões políticas”, disparou Rosemberg.
Carine Andrade, Política Livre