Foto: Marcelo Camargo/Arquivo/Agência Brasil
Desemprego recua a 6,2% e tem menor taxa até maio na série histórica 27 de junho de 2025 | 11:17

Desemprego recua a 6,2% e tem menor taxa até maio na série histórica

economia

A taxa de desemprego recuou a 6,2% no Brasil no trimestre encerrado em maio, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

É o menor patamar para esse intervalo na série histórica iniciada em 2012. O indicador estava em 6,8% nos três meses até fevereiro, que servem de base de comparação na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).

Analistas do mercado financeiro esperavam desocupação de 6,3% até maio, segundo a mediana das projeções coletadas pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 6,2% a 6,7%.

A Pnad olha tanto para o emprego formal, com carteira assinada ou CNPJ, quanto para o setor informal, que inclui os populares bicos.

Apesar do choque de juros praticado pelo BC (Banco Central) para conter a inflação, o mercado de trabalho ainda mostrou sinais de força ao longo dos últimos trimestres.

O IBGE destacou que o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado renovou o patamar recorde da Pnad: 39,8 milhões.

Houve uma leve variação positiva de 0,5% ante o trimestre até fevereiro (39,6 milhões) e alta de 3,7% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (38,3 milhões).

No total, a população ocupada com algum tipo de trabalho alcançou 103,9 milhões. É o maior nível da série. O indicador aumentou 1,2% ante fevereiro (102,7 milhões) e 2,5% em um ano.

Outra categoria que contribuiu para o crescimento da ocupação foi a dos trabalhadores por conta própria. Esse grupo alcançou o recorde de 26,2 milhões.

“Os principais responsáveis para a redução expressiva da taxa de desocupação foram o aumento do contingente de ocupados, que cresceu 1,2 milhão de pessoas, naturalmente reduzindo a desocupação, além de taxas de subutilização mais baixas”, disse William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.

“Assim, semelhante às divulgações anteriores, o mercado de trabalho se mostra aquecido, levando à redução da mão de obra mais qualificada disponível e ao aumento de vagas formais”, completou o técnico.

O número de desempregados foi estimado em 6,8 milhões até maio. Houve redução de 8,6% (menos 644 mil pessoas) na comparação com o trimestre até fevereiro (7,5 milhões) e de 12,3% (menos 955 mil) em relação a um ano antes.

Nas estatísticas oficiais, uma pessoa de 14 anos ou mais é considerada desempregada quando não está trabalhando e segue à procura de oportunidades.

Ainda de acordo com o IBGE, o chamado nível da ocupação foi de 58,5% até maio. Esse indicador mostra o percentual de pessoas de 14 anos ou mais que estavam trabalhando.

O nível mais recente está próximo do recorde da série. A máxima foi de 58,8% até o novembro.

RENDA RENOVA RECORDE
Na média, a renda de todos os trabalhos da população ocupada alcançou R$ 3.457 por mês no trimestre encerrado em maio. Com isso, renovou o recorde da série histórica.

O indicador mostrou leve variação positiva de 0,4% ante fevereiro (R$ 3.442), o que o IBGE considera relativa estabilidade. Na comparação com um ano antes (R$ 3.354), a renda teve crescimento de 3,1%.

A taxa de desocupação havia marcado 6,6% no trimestre até abril, mas o IBGE evita a comparação direta entre intervalos com meses repetidos. É o caso dos períodos finalizados em abril e maio.

A menor taxa já registrada na Pnad foi de 6,1% no trimestre até novembro de 2024. A maior, por outro lado, foi de 14,9% nos intervalos encerrados em setembro de 2020 e março de 2021, durante a pandemia.

Leonardo Vieceli/Folhapress
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