Foto: Kayo Magalhães/Arquivo/Câmra
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados 16 de junho de 2025 | 10:55

Governo Lula se decepciona com falta de liderança e ‘fraqueza’ de Hugo Motta

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Ministros e integrantes do governo que se envolveram em negociações com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) sobre projetos no parlamento afirmam estar decepcionados com ele.

Eles dizem que, ao contrário de Arthur Lira (PP-AL), que era duro, mas cumpria acordos e conseguia liderar os deputados, Motta não consegue entregar o que prometeu e quebra acertos já firmados.

O maior exemplo citado é o da reunião do domingo (8) entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, Motta e líderes partidários para discutir alternativas à alta do IOF proposta pelo governo.

Em entrevista coletiva depois do encontro, Hugo Motta definiu a reunião como “histórica”, e endossou medidas apresentadas pelo governo. Entre os anúncios feitos naquela noite a cobrança de Imposto de Renda (alíquota de 5%) sobre títulos hoje isentos, como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA).

Foi anunciado também que a taxação das apostas esportivas (bets) subiria de 12% para 18%.Dias depois, ele afirmou que as medidas propostas pelo governo deveriam ter uma reação “muito ruim” no Congresso e entre empresários.

A mudança de tom foi creditada a pressões sofridas por ele de parlamentares e empresários, e a uma suposta “fraqueza” para liderar e fazer valer pontos de vista com os quais ele sinalizava concordância.

Em reunião com empresários na sexta (13), Haddad não criticou Motta. Mas elogiou o ex-presidente da Câmara.

“Na gestão do presidente Arthur Lira (PP-AL), ele disse antes da minha posse, ainda na PEC da Transição, ele falou: ‘Haddad, eu não vou misturar as nossas brigas com o governo com a questão econômica. Nós vamos resolver a questão econômica num outro ambiente”.

Como a Folha mostrou, o presidente da Câmara cedeu a pressão de deputados e ampliou o conflito não apenas com o governo, mas também com o STF. A falta de poder sobre o manejo de emendas parlamentares explicaria a diferença entre a liderança dele e a de Arthur Lira, que conseguiria apoio mais sólido por ter maior liberdade de destinar recursos.

Mônica Bergamo/Folhapress
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