Foto: Divulgação/Arquivo
Ireuda Silva 30 de junho de 2025 | 08:30

Ireuda Silva comenta estudo que aponta maior incidência de ofensas contra mulheres na política: “Uma violência que tenta silenciar”

salvador

Um estudo conduzido por pesquisadoras da Universidade de São Paulo (USP) revelou que mulheres que atuam na política recebem o dobro de ataques pessoais e misóginos em comparação aos homens, que costumam ser mais criticados pelo desempenho profissional. A pesquisa analisou mais de 400 mil mensagens em grupos públicos de WhatsApp e identificou que ofensas relacionadas à aparência física, como “feia” e “gorda”, além de ataques machistas sobre a vida pessoal, são os principais xingamentos direcionados às mulheres.

A vereadora de Salvador, Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, lamentou os dados e afirmou que a misoginia estrutural ainda é um dos maiores obstáculos para a plena participação feminina na política.

“Esse estudo apenas comprova o que nós, mulheres públicas, vivemos diariamente. As tentativas de nos desqualificar não partem da análise do nosso trabalho, mas da busca por nos diminuir como pessoas. É a violência simbólica que tenta nos tirar do debate e nos silenciar. Isso é inaceitável”, destacou Ireuda.

Para a vereadora, é urgente que partidos, instituições e a sociedade civil atuem conjuntamente para criar mecanismos de proteção às mulheres na política e garantir que elas possam exercer seus mandatos com segurança e respeito. “Não basta criar cotas, é preciso criar ambientes saudáveis, seguros e respeitosos. Precisamos combater a violência política de gênero com políticas públicas, com punição aos agressores e com a ampliação da nossa presença nos espaços de poder”, afirmou.

O estudo também revelou que mulheres negras são ainda mais expostas a esses ataques, combinando racismo e machismo em uma violência interseccional. Ireuda, que é uma das vozes mais atuantes no combate ao racismo em Salvador, fez questão de reforçar a gravidade dessa realidade: “Se para as mulheres brancas já é difícil, para as mulheres negras o desafio é dobrado. Somos atacadas por sermos mulheres e por sermos negras. É uma luta diária por sobrevivência e por espaço. Mas seguiremos ocupando, resistindo e transformando.”

A vereadora finalizou ressaltando que é preciso naturalizar a presença feminina nos ambientes de decisão: “Nosso lugar é onde decidimos estar, e a sociedade precisa entender que a política também é espaço de mulher. O que nos define é a nossa competência, nossa coragem e nosso compromisso com as pessoas.”

Comentários