Jaques Wagner afirma que governo viu com “estranheza” quebra de acordo da derrubada do IOF

O senador Jaques Wagner (PT) comentou a dupla derrota do governo Lula na tentativa de aprovar o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF). A medida foi derrubada na Câmara dos Deputados, e no Senado Federal na última quarta-feira (25). Desde então, o governo Lula vem defendendo uma judicialização no Supremo Tribunal Federal (STF), o que pode acirrar ainda mais os ânimos com o Legislativo.

Em entrevista à imprensa nesta sexta-feira (27), onde participa do lançamento da empresa Windey Energy no Brasil, no Senai Cimatec, em Salvador, o líder do governo no Senado afirmou que a postura dos parlamentares causou “estranheza”.

“O que causou estranheza foi que nós fizemos num domingo, que eu não me lembro a data exata, mas num domingo, na residência oficial, nós fizemos uma reunião com os dois presidentes da Câmara, do Senado, o ministro Haddad com a equipe dele, a ministra Gleisi com a equipe dela, e lideranças do Senado, da Câmara, da chamada base do governo. Então, havia lá sete, mais ou menos, senadores, uns nove deputados, e saiu todo mundo exultante com o resultado da reunião. Dali partiu a ideia de retirar o primeiro decreto que tinha sido feito sobre o IOF para fazer um outro, vou chamar assim, mais abrandado. E ir uma MP [Medida Provisória] com outros itens que eram importantes, exatamente para o equilíbrio fiscal”, contou.

O senador seguiu dizendo que na quarta-feira subsequente à reunião, o acordo foi “derrubado”. “Não me pergunte porquê, porque eu não sei. Só quem pode saber é quem derrubou. Então, é óbvio que isso é ruim, porque como eu disse na minha fala, a Casa vive de acordo. Então, foi feito um acordo e depois derrubado o acordo unilateralmente”, frisou.

Jaques Wagner também desmentiu boatos de que o presidente Lula já teria dado aval positivo para a judicialização do caso. “Bom, se é verdade eu não sei dessa verdade, o que eu sei é sobre uma reunião no final de semana ou na segunda-feira pra discutir qual é o comportamento que o governo vai tomar”, resumiu.