Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados/Arquivo
Lindbergh Farias diz que há movimento orquestrado para desmoralizar o Judiciário 03 de junho de 2025 | 15:19

Líder do PT diz que ‘Bolsonaro pode fugir como Eduardo e Zambelli’ e estuda pedir prisão ao STF

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O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias, estuda pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que decrete a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O parlamentar afirma acreditar que a saída do filho dele, Eduardo Bolsonaro, e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) do país fazem parte de um movimento mais amplo de tentativa de desmoralização do Judiciário brasileiro. E diz acreditar que o ex-presidente pode ‘igualmente fugir’.

“Depois da fuga de Eduardo e Zambelli, a preocupação passa a ser o próprio Bolsonaro”, diz o petista.

Lindbergh é o autor do requerimento para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedisse à Corte investigação contra Eduardo Bolsonaro por tentativa de coação do ministro do STF Alexandre de Moraes no curso do processo em que seu pai é investigado.

O filho do ex-presidente está nos EUA para, segundo diz, articular sanções do governo de Donald Trump contra Moraes. O inquérito foi aberto pelo Supremo.

Lindbergh também pediu nesta terça (3) a prisão de Zambelli e a cassação de seu passaporte diplomático.

Condenada a dez anos de prisão, a deputada federal disse ter deixado o Brasil e que não voltará.

Ela afirmou estar fora do país “há alguns dias” e que ficará na Europa por ter cidadania de um país do continente. Zambelli não precisou em qual país está.

No exterior, a parlamentar disse querer ter uma atuação como a do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos, fazendo o que chama de “denúncias” contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Zambelli ressaltou que não receberá mais salário. Seu gabinete será agora ocupado pelo suplente da parlamentar. “Queria anunciar que estou fora do Brasil, já faz alguns dias, vim à princípio buscar tratamento médico, que já fazia aqui, e agora vou pedir inclusive para que eu possa me afastar do cargo”, disse ela, em entrevista à rádio Auriverde.

“Tem essa possibilidade na Constituição. Acho que as pessoas conhecem um pouco mais disso hoje em dia, é o que o Eduardo [Bolsonaro] fez também.”

“Estou escolhendo a Europa, porque ele já está fazendo trabalho exemplar nos Estados Unidos”, disse Zambelli. “Vou denunciar, sim, tudo o que está acontecendo. (…) Quero expor isso para o mundo para que eles saibam quem são os ministros da Suprema Corte do Brasil.”

No último dia 9 de maio, a parlamentar foi condenada por unanimidade a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal). No entendimento dos ministros, Zambelli comandou a invasão aos sistemas institucionais do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), com o auxílio do hacker Walter Delgatti. O objetivo seria emitir alvarás de soltura falsos e provocar confusão no Judiciário. Outros dois processos ameaçam a vida política de Zambelli.

Em janeiro, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) decidiu cassar o seu mandato por desinformação eleitoral. Dois meses depois, o STF formou maioria para condená-la a cinco anos de prisão em regime semiaberto por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.

Na véspera do segundo turno das eleições de 2022, a parlamentar ameaçou atirar em um homem, nos Jardins, na zona oeste paulistana, depois de ter sido, segundo conta, hostilizada por um militante de esquerda. Zambelli nega todas as acusações e se diz vítima de perseguição.

Mônica Bergamo, Folhapress
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