Foto: Política Livre/Arquivo
O deputado estadual Marcelino Galo, líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia 12 de junho de 2025 | 20:25

Marcelino Galo sai em defesa de Bete Wagner e afirma que “todo militante tem direito de criticar o PT”

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A entrevista que a ex-vereadora e ex-vice-prefeita de Salvador Bete Wagner concedeu essa semana ao PolíticaPod, podcast do Política Livre, causou reações em figuras do PT que, sob reservas, confidenciaram que ela “pegou pesado demais” nas críticas à legenda.

Na entrevista, que pode ser assistida diretamente no canal no Youtube ou  no site, na seção TV Política Livre, Bete Wagner ligou a metralhadora giratória e afirmou, entre outras questões, que há uma “omissão do PT” na discussão de pautas sensíveis como a desafetação das áreas verdes de Salvador. Ela também foi categórica ao cravar que o PT optou pela “inutilidade”, que as três últimas eleições municipais foram “uma vergonha” e que existem “oligarquias” dentro do partido.

Na avaliação do deputado estadual Marcelino Galo, líder do PT na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), as críticas de Bete Wagner são legítimas e necessárias. Em entrevista exclusiva a este Política Livre, o parlamentar pontuou que considera “natural” que o Processo de Eleição Direta (PED) do PT seja precedido de um balanço crítico da história do partido e da última gestão. Ele também afirmou que Bete Wagner, que é candidata à presidência do PT de Salvador e, assim como ele, apoia Jonas Paulo para presidência estadual, teceu críticas na condição, principalmente, de militante.

“Todos os candidatos têm feito isso, feito a crítica apontando quais são os caminhos do PT para o futuro. Então, é um processo democrático, seria natural da parte criticar, onde qualquer militante tem esse direito. Não só os candidatos, como qualquer militante do PT”, frisou.

Sobre a expectativa para o PED, no próximo dia 6 de julho, Marcelino Galo destacou que Bete Wagner desponta como a mais preparada para vencer a disputa em Salvador, e Jonas Paulo na Bahia. Ele ainda comparou o PED estadual a uma eleição parlamentar pelo nível de complexidade.

“Tem que viajar muito. Você vê o tamanho desse Estado, são 190 mil filiados e tem que ter esse contato territorial com as lideranças locais, os nossos diretórios, então é um esforço hercúleo. Nós temos que ter um PED democrático, participativo e que as lideranças, principalmente dos municípios, e aí não são só os grandes municípios, são todos os municípios do Estado, 417 municípios, então, é um esforço muito grande”, contextualizou.

Quanto a chapa “Construindo um Novo Brasil” (CNB), em aliança com o “Coletivo Avante”, que tem Jonas Paulo e a militante Ellen Coutinho na vice, o deputado explicou que é a representatividade da transição geracional, política e, principalmente, a transição de gênero e racial.

“Jonas, com a sua experiência, o legado que tem como fundador do PT, e Ellen, uma jovem forjada na luta, militante histórica do PT, que tem uma formação, uma capacidade política para estar. Então, veja bem: temos a experiência, o legado e a jovem, com toda a força, uma jovem negra. O PT fala muito que tem que ter mulher. Aí tem um slogan dentro do PT que diz ‘eu boto fé, o meu partido é dirigido por mulher’. Então, agora é uma oportunidade. Você tem uma jovem, uma mulher negra e uma mulher que tem capacidade política. Esse Estado é de maioria negra, se reivindica muito que tem que ter negros exercendo espaços de poder. Então, nós temos agora uma grande oferta para representar o partido”, cravou.

Carine Andrade/Política Livre
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