22 junho 2025
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que sons fossem colocados sobre uma fala do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para que a palavra “cagada” dita por ele em uma audiência ficasse incompreensível.
De acordo com a assessoria do STF, “conforme relatado em ata, foi aplicado o artigo 78 do Código de Processo Civil”, que proíbe expressões ofensivas e faculta ao juiz que elas sejam “riscadas” de ofícios apresentados a tribunais.
Advogados que participaram da audiência enxergam censura na adulteração do conteúdo.
A frase foi dita durante audiência em que o ex-deputado e ex-ministro Aldo Rebelo era ouvido como testemunha do general Braga Netto, acusado de integrar organização criminosa para dar um golpe de Estado no Brasil.
Em determinado momento, Gonet fez uma pergunta que começava com a frase: “o senhor acredita”. A colocação caiu mal pois, pelas regras, testemunhas “relatam fatos, e não opiniões [ou crenças]”.
O advogado Demóstenes Torres interrompeu a resposta de Aldo Rebelo e se queixou a Alexandre de Moraes do fato de o procurador-geral pedir uma opinião à testemunha.
“Como eu fiz, e vossa excelência cortou a pergunta, com pertinência. Mas agora o procurador-geral faz mesma coisa”, reclamou.
Alexandre de Moraes começou fez considerações quando Gonet coloca a mão na boca e diz: ”
Fiz uma cagada!”.
Autoridades, advogados e réus que participaram da audiência perceberam a gafe no mesmo momento, já que puderam ouvir a fala com clareza.
No vídeo divulgado nesta terça (3) pelo STF, no entanto, ela fica incompreensível graças aos ruídos que Moraes determinou que fossem colocados para cobrir a palavra “cagada”.
Mônica Bergamo, Folhapress