Foto: Arquivo pessoal
Grupo de 12 autoridades brasileiras na embaixada do Brasil na Jordânia 17 de junho de 2025 | 14:35

Prefeitos rebatem Itamaraty e dizem que diplomatas sabiam da viagem a Israel

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As autoridades brasileiras que viajaram a Israel rebateram a nota do Itamaraty em que o órgão afirmou que os prefeitos contrariaram a recomendação de não viajar à região. De acordo com a delegação, o grupo se reuniu com diplomatas que sabiam da viagem.

“Tal declaração contradiz frontalmente o que foi afirmado à própria delegação em reunião online com a representação diplomática brasileira em Tel Aviv, realizada no último sábado, 14 de junho. Nessa ocasião, os diplomatas confirmaram ter sido devidamente informados, com antecedência, sobre a missão, particularmente no que diz respeito à segunda comitiva de prefeitos e a um governador, informação esta repassada pelo consórcio de municípios organizador da viagem”, dizem os integrantes em nota.

O grupo de políticos teria sido convidado por Israel para comparecer à MuniExpo Israel 2025, uma feira internacional de tecnologia.

Um primeiro grupo com 12 autoridades, incluindo dois prefeitos de capitais, começou a ser retirado da Jordânia na segunda-feira (16) por via terrestre rumo à Arábia Saudita, após mobilização do Ministério das Relações Exteriores e das embaixadas brasileiras de Amã (Jordânia), Tel Aviv (Israel) e Riad (Arábia Saudita).

Os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), e João Pessoa, Cícero Lucena (PP), estão na comitiva. A reportagem também buscou a prefeitura de Macaé, devido à presença do chefe Welberth Porto de Rezende (Cidadania) no grupo e aguarda retorno.

Procurada, a prefeitura de João Pessoa informou que as despesas do prefeito e das demais autoridades municipais foram custeadas pelo Governo de Israel. O governo do Mato Grosso do Sul, que está com três servidores estaduais no território, também informou que o convite e despesas foram de responsabilidade de Israel.

Agora, o restante das autoridades — cerca de 27 políticos — devem ser encaminhadas até quinta-feira (19), segundo o Itamaraty.

“Causa-nos ainda maior estranhamento o fato de que um país com o qual o Brasil mantém relações diplomáticas convide oficialmente autoridades públicas brasileiras — por meio de uma agenda organizada com o apoio direto do governo de Israel — sem que o Itamaraty e a nossa representação diplomática naquele país tivessem conhecimento do fato”, afirmam ainda.

O grupo também se queixa do tom de “reprimenda” da nota e repudiam o momento e o teor do comunicado do Itamaraty.

“Reiteramos que nossa missão se deu com propósito institucional e de boa-fé, conforme as normas republicanas, com agenda oficial e objetivos públicos. O momento exige responsabilidade, unidade nacional e compromisso com a verdade”, dizem.

Os políticos finalizam a nota agradecendo aos governos locais de Tel Aviv, na Jordânia e Arábia Saudita pela ajuda humanitária.

Mariana Brasil, Folhapress
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