Foto: Reprodução/Ministério das Relações Exteriores da China
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning 11 de julho de 2025 | 13:00

China critica tarifaço de Trump contra o Brasil, cita carta da ONU e fala em ‘coerção’ e ‘intimidação’

economia

O Ministério de Relações Exteriores da China criticou a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tarifar em 50% os produtos brasileiros importados pelos EUA, anunciada na quarta-feira, 9.

Em declaração durante entrevista coletiva, a porta-voz do ministério, Mao Ning, afirmou que a não interferência de países em assuntos internos de outras nações faz parte dos princípios fundamentais da Carta da ONU.

Ela fez a declaração ao ser questionada por jornalistas qual a posição da China a respeito do tarifaço de Trump contra o Brasil.

“A igualdade soberana e a não interferência nos assuntos internos são princípios importantes da Carta da ONU e normas básicas nas relações internacionais. As tarifas não devem ser um instrumento de coerção, intimidação ou interferência”, disse a representante do governo chinês.

Segundo o anúncio de Trump na quarta, as tarifas para todos os produtos brasileiros começam a valer a partir de 1º de agosto. É a alíquota mais alta divulgada a partir de cartas enviadas pelo republicano aos países desde o início desta semana.

Nesta sexta, 11, Trump afirmou que poderá conversar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mas “não agora”. Ele voltou a defender o ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem descreveu como “muito duro em negociações”.

Em entrevista na quinta-feira, 10, Lula afirmou que vai cobrar 50% em tarifas dos Estados Unidos caso Trump cumpra o anúncio de tarifar os produtos brasileiros.

Ele também disse avaliar recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e propor investigações internacionais. Lula sinalizou que manterá o diálogo aberto, e disse que o Brasil é um país onde tudo se resolve “na conversa”.

Estadão
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