29 julho 2025
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que a missão de senadores enviada ao EUA para tentar negociar a taxação de 50% imposta aos produtos brasileiros está “fadada ao fracasso” e que uma anistia “ampla, geral e irrestrita” seria a solução para retirar o tarifaço. A declaração foi feita nesta terça-feira, 22, por meio do X (antigo Twitter) do congressista.
“Trata-se de um gesto de desrespeito à clareza da carta do Presidente Donald Trump, que foi explícito ao apontar os caminhos que o Brasil deve percorrer”, afirma o parlamentar. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem pressionado o Congresso Nacional para conceder perdão aos condenados pela trama golpista — inclusive seu pai — para que a taxação seja removida.
“Buscar interlocução sem que o País tenha feito sequer o gesto mínimo de retomar suas liberdades fundamentais – como garantir liberdade de expressão e cessar perseguições políticas – é vazio de legitimidade”, afirma Eduardo.
O deputado faz alusão aos pedidos do presidente Donald Trump, que ao informar o tarifaço, exigiu que o julgamento do ex-presidente fosse encerrado. O líder americano também classificou como “ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS” os pedidos de remoção de conteúdo que o Supremo expede para plataformas americanas.
Negando que o tarifaço possa ser resolvida com negociações econômicas, Eduardo diz que missões diplomáticas não chegam ao “cerne da questão” e que “essa iniciativa parlamentar, fadada ao fracasso”.
“Registro de forma categórica e inequívoca que tais parlamentares não falam em nome do Presidente Jair Bolsonaro. Essa iniciativa me parece seguir o padrão de sempre: políticos que visam adiar o enfrentamento dos problemas reais”, escreveu.
Eduardo ainda afirmou que “o constrangimento se agrava com a presença de senadores ligados ao partido de Lula, político que sistematicamente adota posturas hostis aos EUA”.
Confira os senadores que participam da missão
Eduardo Bolsonaro pede por sanções nos EUA
Autoexilado nos EUA, o deputado Eduardo Bolsonaro havia pedido por licença parlamentar de 122 dias para permanecer no País e pedir sanções contra autoridades brasileiras. O objetivo era conseguir anistia para os condenados pela trama golpista. A licença do parlamentar expirou no último domingo, 20, e ele afirmou que planeja continuar no estrangeiro até perder o mandato.
Na última segunda, 21, o filho do ex-presidente afirmou que participou de reuniões com membros do governo americano em que o tarifaço foi discutido.
Antes, o deputado pedia para que autoridades estadunidenses punissem o ministro Alexandre de Moraes, do STF, com a Lei Magnitsky, usada para enquadrar autoridades de regimes autoritários, integrantes de grupos terroristas, criminosos ligados a esquemas de lavagem de dinheiro e agentes de segurança acusados de assassinatos em série.
Fellipe Gualberto/Estadão