28 julho 2025
Em meio à crise envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que na última semana passou a usar tornozeleira eletrônica e está na iminência de ser preso por descumprir medidas cautelares determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o cacique do PSD na Bahia, senador Otto Alencar, teceu duras críticas ao ex-mandatário do Palácio do Planalto em publicação em suas redes sociais.
Em vídeo publicado em seu perfil no Instagram, nesta terça-feira (22), Otto Alencar afirmou que “nunca teve a fraqueza de pegar na mão de Bolsonaro pelos crimes que ele cometeu contra o povo brasileiro no período da Covid-19”. O parlamentar lembrou sua atuação na CPI da Pandemia, instalada no Senado Federal em abril de 2021, na qual foi um dos membros titulares. O objetivo da Comissão Parlamentar de Inquérito era investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia.
“Eu sei que ajudei a mostrar esses crimes e lamento muito as 730 mil mortes que aconteceram nesse período, com 73% de pessoas com mais de 60 anos e 85% de pessoas que ganhavam de dois salários mínimos a menos”, disse o senador, que é médico ortopedista. Otto Alencar seguiu dizendo que a maioria das vítimas eram pessoas pobres e idosas e também lembrou o colapso da saúde no estado do Amazonas, agravado pela falta de respiradores. “Morreram pobres porque não tinham um hospital público de alta qualidade. Isso nunca será esquecido”, continuou.
Em outro trecho do vídeo, Otto Alencar criticou as relações políticas construídas na base da conveniência e frisou que “nunca participou de um governo que não apoiou nas eleições”. O senador relembrou à época em que fez oposição a Waldir Pires e a Nilo Coelho, ambos ex-governadores da Bahia, e a Michel Temer no governo federal.
“Eu fiz oposição a Michel Temer quando teve o impeachment [de Dilma Rousseff], eu votei contra. Perdemos as eleições em 2018 com [Fernando] Haddad e fiz quatro anos de oposição a Bolsonaro”, pontuou.
Carine Andrade/Política Livre